A Fucking Triumphant Concert
Foi ontem e subiu desde logo a um dos mais poderosos concertos a que assisti na minha vida, a par dos Comets on Fire na ZDB, dos Mogwai no Paradise Garage e dos Fugazi, também no Garage. O Santiago Alquimista é um espaço fantástico, com uma aura muito especial, se bem que o som não tenha estado à altura. Apesar disso, não há dúvida que o local também contribuiu para a qualidade do concerto.
A noite começou bem, aliás mesmo muito bem, com os Riding Panico. São brutais, com uma energia pouco usual em Portugal e com muito para dar. Já conhecia o EP deles, que não só sabe a pouco como ao vivo a coisa revela-se muito maior. Um projecto a seguir atentamente e para abanar a cabeça violentamente.
Na continuação do concerto surgiram os Linda Martini, que parecem já ter um pequeno séquito de fãs. Também já conhecia em disco e confesso que já ia de pé atrás. O nome da banda não tem nada a ver com a música que fazem e a voz do vocalista muito menos. Aliás, a parte do espectáculo deles que mais gostei foi precisamente o princípio, quando o microfone estava sem voz. Mas mesmo sendo musicalmente poderosos, são algo monocórdicos. Salva-se uma coisa: fica sempre tão bem uma mulher no baixo...
Quando os Pelican subiram ao palco já o ambiente estava bem aquecido. Mas mesmo assim, eles conseguiram aquecê-lo ainda mais. Comerçaram com os dois primeiros álbuns do novo "City of Echoes" que está aí a rebentar, para depois estoirarem completamente com um regresso ao passado e ao bombástico e mais trashado "Australasia". Daí a ficar em êxtase e com um sorriso parvo estampado na cara foi um micro-segundo. Dei por mim a pensar como deve ser bom ter uma valente trunfa para abanar, porque é isso que os Pelican pedem e nós somos obrigados a dar. Ainda mais quando a banda tem um guitarrista que toca como se fosse uma mistura de AC/DC com Van Halen. O problema é que aconteceu aquilo que acontece quando um concerto é excepcional. Acaba tão depressa como começa e deixa um amargo de boca. Amargo que só foi real porque os Pelican não tocaram o meu tema preferido do meu álbum preferido: "Autumn Into Summer" de "Fire In Our Throats Will Beckon The Thaw". Tudo o resto foi pura magia.
Já no rescaldo de uma noite com mais de 3 horas de música poderosa, não resisti a comprar um disco dos TUSK, um projecto paralelo de 3 dos músicos dos Pelican de grind-core. Se Pelican ao vivo é o que é, é ouvir Dracula Dragon Trick e imaginar como serão os Tusk. Será provavelmente passar da surdez que ainda dura à hora que escrevo este post à provável surdez absoluta durante uma semana.
Tudo isto para concluir: às vezes nada como uma dose massificada de noise-rock para manter o espírito vivo. No grupo de amigos com quem tive o prazer de disfrutar deste magnífico concerto, a certa altura interrogámo-nos se quando chegarmos aos 40 (já falta pouco...) vamos continuar a alinhar nestas coisas. A resposta foi clara e uníssona: SIM!!!
PS - Hoje acordei com a cabeça a desesperar por um Guronsan. Se calhar isto da proximidade dos 40 é mais sério do que parece. Não é nada!!! Quando é que os Pelican vêm cá outra vez? E já agora quem é que faz o favor de trazer a Portugal os Red Sparowes e os ISIS? Parece que Guronsan é bem mais fácil de arranjar.
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