31/08/2007

covasdauro na Ananana


Depois de 4/5 anos de colaboração activa na Mondo Bizarre (saudades...), cujo fim (não) a nunciado me levou a começar este blog, é com enorme prazer que anúncio o início da colaboração do Escape From Noise na newsletter online da mítica loja de discos lisboeta Ananana.

Pontualmente poderão encontrar críticas escritas por mim (a discos que estão ou estarão à venda na Ananana) na referida newsletter, à qual, para ter acesso, basta ir ao site da Ananana e subscrever.

Para começar as hostilidades, escolhemos “Diabolical Boogie (Singles, Demos & Rarities 1992-1998)” dos Chrome Cranks. Para ler é só clicar aqui.

A "culpa" foi do camarada Felipe Leote. obrigado mais uma vez...

Devendra Banhart "Smokey Rolls Down Thunder Canyon"

Muito antes de Devendra Banhart ter caído nas graças da crítica e do público, ainda nos tempos mais obscuros da Young God Records de Michael Gira, já a música deste homem me entusiasmava. Havia ali qualquer coisa diferente. E apesar da quase deificação de que foi alvo, e da costela freakalhona que me irrita um bocado, continuo a achar que existe qualquer coisa cativante e fora do comum na música de Devendra Banhart.

"Smokey Rolls Down Thunder Canyon" é o novo álbum do homem, agora acompanhado pela Hairy Fairy Band, anunciado para o próximo dia 24 de Setembro. O making off do disco, que pode ser visto aqui, apresenta um Devendra mais virado para uma faceta Neil Young/Crazy Horse, ou até Allman Brothers, do que propriamente a faceta trovadora que o celebrizou. Por mim o formato banda agrada-me mais e faz-me lembrar o magnificamente louco concerto que o homem deu no Festival para Gente Sentada de 2004. Vamos a ver o que o disco oferece...

30/08/2007

Kurt Wagner a solo no Santiago Alquimista

Depois de 3 grandes concertos com os Lambchop (um no Garage e dois na Aula Magna), Kurt Wagner regressa a Portugal para um concerto, desta vez a solo, no próximo dia 17 de Outubro no Santiago Alquimista. Aquele homem neste espaço, a coisa promete.

E que melhor ocasião para voltar a postar a fotografia que eu a e minha irmã tirámos com o senhor o ano passado na Aula Magna. Não me canso desta foto...

Presidente Drogado no Grémio Lisbonense


No próximo domingo, dia 2 de Setembro, o camarada Felipe Leote vai mostrar mais uma das suas facetes musicais no Grémio Lisbonense, desta vez como Presidente Drogado (um nome brilhante ó Leote, assim como o cartaz!...), na santa companhia da Nossa Senhora. Não faço ideia do que vai acontecer, mas sei que é de graça e começa às 21h30 e também sei que se o Leote está envolvido a coisa pelo menos promete ser diferente.

29/08/2007

It's only rock'n'roll but I like it...


Já está disponível o novo disco dos Heavy Trash de Jon Spencer e Matt Verta-Ray: "Going Out With Heavy Trash". Uma festa de rock'n'roll à antiga, com capa do genial comic artist Tony Millionaire. O stream do álbum está disponível aqui. Come on baby!...

Eleni Mandell "Makeout King"

Oiçam esta voz e apaixonem-se... Esta é para ti meu amor...

28/08/2007

Tenho de ir à Nova Zelândia...

Se os Sonic Youth são os mestres do noise sónico do hemisfério norte, os Dead C são os do hemisfério sul. Compostos por Bruce Russell, Michael Morley e Robbie Yeats, os Dead C são ilustremente desconhecidos desde 1986. Tocaram pela primeira vez nos EUA só em 2002 e na Europa em 2004.

Este ano, depois de um interregno de 4 anos e de uma extensa discografia , saiu um novo disco, de seu nome "Future Artists", mais uma manifestação do noise experimental e demente dos Dead C e mais uma prova de que os Dead C estão longe de estar mortos. Pelo menos não tão mortos como eu estou por ir à Nova Zelândia...


26/08/2007

Regresso à música com Sonic Youth

As férias estão a acabar, assim como o período de interregno bloguista. E para marcar este regresso às lides musicais, apesar de já ir um bocado fora de tempo, não podia deixar de recordar um dos momentos únicos das minhas fantásticas férias (obrigado Sara, Carla e Matilde): o concerto dos Sonic Youth em Paredes de Coura, um desejo alimentado desde o seu anúncio e felizmente concretizado, depois de uns dias gloriosos de "lua de mel" com a minha amada na Galiza.


Só a espera pela entrada dos SY em palco (e ter de pernoitar no carro com um frio de gelar) foi dolorosa. Aturar a piroseira dos Peter, Bjorn and Paul e a festa demasiado repetitiva das Cansei De Ser Sexy custou um bocado (tive pena de não chegar a tempo das Electrelane...), mas desde que os SY pisaram o palco e durante quase duas horas, fui sónico mais uma vez. Tudo começou com a constatação que à data do concerto completavam-se 15 anos desde que vi os SY pela primeira vez. E posso dizer que foi tão bom como em 1992 no Campo Pequeno. Não se nota nenhuma diferença de intensidade entre a música que fazem hoje e a que andam a fazer há mais 20 anos. Por isso tanto foram pontos altos (altíssimos) as aproximações a "100%" ("Dirty"), "Bull In THe Heather" (de "Experimental Jet Set, Trash and No Star" e não de "Dirty" como diziam no Público) e "Joni" (de "Daydream Nation", com Lee Ranaldo no seu melhor), como o foram "Incinerate" (Rather Ripped) que ainda agora acabou de sair e já é um clássico.



E pouco mais é preciso dizer sobre uma banda que já faz parte dos anais do rock de dois séculos, mas que continua a fazer gáudio em cumprir à letra o lema do seu próprio nome: ser sónico até ao fundo dos tímpanos e com um espírito sempre jovem. Só os óculos de Thurston Moore nos recordam (por escassos momentos) que estamos perante uma trupe de quarentões.

4 notas para terminar:


1 - uma nota especial para Steve Sheley, que fica muitas vezes na sombra de Thurston Moore, Lee Ranaldo e Kim Gordon: o homem é um portento incansável atrás da bateria.


2 - outra nota especial para Kim Gordon, que com aquele seu ar maravilhosamente decadente, tipo Patti Smith com pinta, que dominou e saltou pelo palco, sendo totalmente suas a abertura e o fecho do concerto e sendo totalmente minha a interpretação do maravilhoso "Turquoise Boy" (Rather Ripped).


3 - saúda-se aquele que parece ser o novo quinto elemento dos SY, depois da breve, mas intensa, passagem de Jim O'Rourke pela banda: estou a falar do baixista Mark Ibold, dos saudosos Pavement, que cumpriu na íntegra o seu papel.

4 - para fechar, o meu momento de êxtase: o primeiro encore do concerto, quando os SY tocaram integralmente a trilogia "The Wonder / Hyperstation / Eliminator Jr." do mítico álbum recentemente reeditado Daydream Nation. Numa palavra: sem palavras.

E o Escape From Noise continua...

PS -as fotos apresentadas são do site oficial do Festival de Paredes de Coura.

05/08/2007

No Jazz em Agosto com a minha filha


Anualmente já começa a ser uma romaria obrigatória a passagem pelo Jazz em Agosto na Gulbenkian. Porque a Gulbenkian proprimante dita representa o melhor que existe em Lisboa. Porque os jardins da Gulbenkian são os melhores de Lisboa (a par do Jardim da Estrela). Porque assistir a um concerto no anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian, é o melhor sonho de uma noite de Verão (mesmo com os aviões a passarem constante e ruidosamente por cima). Mas acima de tudo porque no Jazz em Agosto é possível ouvir sonoridades e experiências musicais que não se encontram em mais nenhum festival em Portugal.

Este ano escolhi dois concertos. O de Nik Bartsch's Ronin, ontem à noite, e o da Crimetime Orchestra, que ainda vou ver hoje, mas do qual provavelmente só falarei quando regressar das férias.

O concerto de ontem tornou-se mais simbólico porque pela primeira levei a minha filhota de 5 anos a assistir a um concerto à noite. Dirão uns que levar uma criança em tenra idade a um concerto de jazz é pretensiosismo. Dirão outros que há tempo para tudo na vida. Digo eu que a música é tão importante para o espírito como a comida é para o corpo. E só ritual que envolveu para a minha filha esta ida a um concerto já valeu a experiência. O gozo que me deu ver ela a imitar o baterista, batendo com as mãos nas minhas pernas ao som do jazz minimal, em constante contínuo, mas extremamente envolvente e cativante do quinteto de Nik Bartsch. A inocência com que ela me perguntou quando é que alguém ia cantar. O encanto com que ela acabou por adormecer no meu colo, já acusando o natural cansaço, mas sem dar parte fraca, pois mal o concerto acabou, foi a primeira a levantar-se e a apaludir.

É por poder partilhar estas experiências com a minha filha que estou cada vez mais convicto que música é pura emoção que se sente, dança, vive, apaixona, por mais estranha e diferente que seja. E é por poder partilhar estas experiências com a minha filha num concerto do Jazz em Agosto que fica demonstrado que não só o jazz é uma música ao alcance de todas as emoções e ao alcance de todos, como o Jazz em Agosto é um festival não para eruditos herméticos, mas para todos os apaixonados pelo que a música nos traz de diferente e de novo.

Obrigado ao Nik Bartsch's Ronin por um espectáculo que foi mais uma viagem cósmica do que um concerto. Obrigado ao Jazz em Agosto pelas múltiplas viagens musicais que me tem proporcionado ao longo dos anos. Ainda mais agora que tenho uma nova acompanhante.

02/08/2007

Uma paixão para o Verão


Agora que o Escape From Noise está quase a partir de férias e que este blog vai ficar em pousio estival, não podia deixar de manifestar a minha grande paixão musical para este Verão, o novo disco a solo de Thurston Moore, que já elogiei sobejamente uns posts atrás, paixão essa que encontra todo o seu fervor em Fri/End, um dos mais inspirados temas do álbum, ou no vídeo intimista que apresento abaixo.

O que é que eu hei-de fazer? Gosto mesmo deste tipo e o disco enche-me as medidas. O que vale é que pelo menos o camarada Loubet me compreende...

 
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