"Aquele menino e aquela menina que cantam rock, que se vestem de vermelho, branco e preto e que o pai gosta"
Podem dizer o que quiserem. Que os White Stripes são apenas mais um fenómeno musical. Que Jack White é vaidoso e pretensioso e rouba riff's a torto e direito. Que Meg White é um páozinho sem sal e que mal sabe tocar bateria. Que eles são ou foram casados, ou que foram ou são irmãos. Ou qualquer fait-divers do género.
O que eu posso dizer é que já andava a ouvir White Stripes muito antes da onda de euforia avassaladora de "Seven Nation Army", que até é das músicas menos interessantes da banda. Que "De Stijl" é o álbum dos White Stripes que todos deviam guardar religiosamente nas audiotecas. Que independentemente de ondas avassaladoras os White Stripes são originais, poderosos, inteligentes, com uma capacidade de produção brutal (6 discos desde 1999). Que fazem o melhor blues rock da actualidade, e à antiga, só com guitarra e bateria. Que "Icky Thump" é mais uma adenda a uma história feliz, com os necessários altos e baixos que tornam um disco maior, e com inúmeros picos que não deixam ninguém adormecer. Dois exemplos para quem me quiser dar ouvidos: Rag and Bone e You Don't Know What Love Is (You Just Do As You're Told)
Tive pena de não os ter visto ao vivo no Alive, mas a minha ausência de Lisboa e a minha aversão a festivais terão de aguardar por uma próxima oportunidade, esperançosamente numa sala pequena e bem suada. Mas não é por ter faltado à chamada que me sinto menos capaz de contrariar o que diz o outro, que os White Stripes são menos aborrecidos ao vivo do que em disco. É perfeitamente possível não gostar de White Stripes, até porque felizmente há gostos para tudo. Agora aborrecidos é que eles não são. Nem ao vivo nem em disco. Pelo menos eu e a minha filhotra de 5 anos divertimo-nos imenso a ouvir, cantar e dançar White Stripes. E isso para mim é mais do que suficiente para elogiar aqui os White Stripes, ou "aquele menino e aquela menina que cantam rock, que se vestem de vermelho, branco e preto e que o pai gosta".
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