29/05/2007

Chrome Cranks - trash from the crypt


Jerry Teel foi o líder e a alma dos rockers voodoobilly Honeymoon Killers. O último álbum da banda apresentava Russell Simins na bateria e Jon Spencer na guitarra, e a ligação estendeu-se à participação de Teel nos dois primeiros álbuns de Boss Hog. Em 1992 o Teel reuniu os Chrome Cranks, uma banda que tinha estado em agonia desde que foi formada em 1988 por Peter Aaron e William Weber. Com Teel, também entrou um novo baterista: Dan Willis. Os Chrome Cranks começaram onde os Honeymoon Killers tinham acabado: uma versão primitiva e desconstruída da tradição do rock de garagem, revisitando o mundo dos Stooges e dos Scientists.

O primeiro disco (homónimo), de 1994, é o registo seminal da banda, com um cocktail explosiva de influências, de Gun Club a Captain Beefheart, passando por Cramps e Pussy Galore. Com muito sadismo, trash’a’billy e vudu à mistura. “Dead Cool”, de 1995, apresenta uma banda mais madura e menos fogosa, apesar de bem melhor que “Love In Exile” de 1996, o ultimo disco de estúdio de uma banda já em claro abrandamento, quando a explosão caótica foi aquilo que os tornou únicos. Antes do fim, ainda houve tempo para uma colectânea de raridades com o brilhante título “Oliy Cranks” (1997) e um brilhante album ao vivo “Live in Exile” (1997).

Foi por esta altura, precisamente em 1997, que tive a oportunidade de ver os Chrome Cranks ao vivo em Chicago, numa discoteca local, num warm-up para o concerto que iam dar nessa mesma noite. Um mini-concerto que foi muito mais do que um aquecimento, já que Jerry Teel e companhia fizeram questão de subir para as prateleiras dos discos e causar alguns prejuízos aos donos da loja. A chama ainda estava lá, pelo menos ao vivo.

Chama essa que se reaviva 10 anos depois com a edição pela Atavistic de “Diabolical Boogie: Singles, Demos & Rarities”. Um duplo CD que presta uma justa homenagem a uma banda que ficou sempre na sombra de congéneres garageiros como Sonic Youth, Pussy Galore, Royal Trux ou Jon Spencer Blues Explosion. São 34 temas e mais de duas horas do melhor noise que os anos 90, de que Love and Sound é apenas uma amostra. Tal como o é o vídeo que se pode ver acima do explosivo “Nightmare in Pink” do álbum “Dead Cool”.

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