28/11/2007

Josh Rouse na Aula Magna - um concerto beto


Quem esteve na segunda-feira (dia pouco próprio para concertos, diga-se de passagem) na Aula Magna assistiu a um concerto beto. E porque é que digo isto? Porque a sala estava repleta de betos, adeptos das sonoridades country-pop-pôr do sol de Josh Rouse, que fizeram questão de acompanhar todas as músicas com as palmas da praxe (vá lá que os isqueiros ficaram no bolso). Mas também porque Rouse é aquele tipo de músico que as mães betas gostariam de certeza de ter como genro: é giro, canta bem e até deve pegar numa viola para encantar as festas de Natal. Um exemplo enternecedor deste ambiente que se viveu numa Aula Magna praticamente esgotada foi o casal de cinquentões que estava sentado à minha frente, de mão dada e corpo alegremente embalado ao som da música, num êxtase de adolescência tardia tipo Praia das Maçãs, acentuado pelo cheiro adocicado que ficava no ar quando a senhora abanava a sua cabeça devidamente lacada.

Independentemente do ambiente (há que ter um espírito aberto...), o concerto de Josh Rouse foi de uma competência incólume, ainda mais reforçada pelo facto do músico estar em notória convalescença de uma gripe. Apesar do som fraco (muita reverberação), sobretudo no início do concerto, a duração foi a ideal e o passeio por toda a discografia do músico foi deveras agradável. Se bem que “1972” continue a ser o meu disco preferido e o concerto tenha ganho claramente quando Rouse abordou temas deste período.

Para terminar, proponho que se acabem com as primeiras partes dos concertos. Ou a coisa é tipo mini-festival com duas ou três bandas que logo à partida fazem parte integrante do cartaz, ou então vamos ter de continuar a apanhar com chatos como o espanhol (dizem que é argentino..) que fez a primeira parte do espectáculo, que não se enquadrou minimamente num espaço tão grande e que cortou completamente o gozo de quem pagou para ver uma coisa e não outra impingida à força. Quem conhecer o senhor faça o favor de lhe ensinar mais uns acordes, porque usar sempre o mesmo em todas as músicas é uma grande seca.

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