30/11/2007

Ananana #7 - Sunburned Hand of The Man vs. Fourtet


Sunburned Hand of The Man
"Fire Escape"
2007 - Smalltown Supersound

"Fire Escape" é o improvável encontro entre Kieran Hebden (Fourtet) e os líderes da "New Weird America", os Sunburned Hand Of The Man, depois do primeiro ter proposto aos segundos, de quem é fã declarado, trabalhar em estúdio sobre gravações originais da banda. O resultado é uma catarse de texturas electro-pós-rock, dub, dança, free-jazz e noise, onde Hebden põe à prova a sua paixão pela arte da produção, o seu enorme ecletismo musical e a sua capacidade de definir o som de uma banda que faz gáudio em evitar definições. Não é por acaso que o baterista e fundador dos Sunburned, John Maloney, considera Hebden o maior fã que alguma vez conheceu. E também não é por acaso que este é uma das melhores encarnações de ambos os projectos envolvidos. Uma experiência imperdível por todos os que estão constantemente à procura de novas fronteiras na música. E ainda mais imperdvel pelo designer convidado a dar expressão ao disco e ao som. Nada mais nada menos que Yamatsuka Eye dos Boredoms. Em "Fire Escape" tudo é possível.

Disco disponível na Ananana

29/11/2007

É desta que vou à Casa da Música...


...ver o mestre David Thomas e os seus Pere Ubu. É no dia 16 de Fevereiro de 2008. E já agora aproveito para ir ver a exposição dos Rauschenberg a Serralves. Rico fim de semana...

Hip Hop Rural - música portuguesa no seu melhor

28/11/2007

30 anos de Sex Pistols


Como me lembrou o camarada Jorj, faz precisamente hoje 30 anos (!!!) que foi editado em Inglaterra o clássico dos clássicos do punk-rock "Never Mind The Bollocks" dos Sex Pistols. O Escape From Noise não podia deixar de se juntar a esta celebração de um disco intemporal que marcou um género ainda mais intemporal. God Save the Sex Pistols.

E agora algo completamente diferente...

Como o Escape From Noise gosta de mostrar coisas frescas todos os dias, temos hoje o prazer de apresentar The Vegetable Orchestra.

Josh Rouse na Aula Magna - um concerto beto


Quem esteve na segunda-feira (dia pouco próprio para concertos, diga-se de passagem) na Aula Magna assistiu a um concerto beto. E porque é que digo isto? Porque a sala estava repleta de betos, adeptos das sonoridades country-pop-pôr do sol de Josh Rouse, que fizeram questão de acompanhar todas as músicas com as palmas da praxe (vá lá que os isqueiros ficaram no bolso). Mas também porque Rouse é aquele tipo de músico que as mães betas gostariam de certeza de ter como genro: é giro, canta bem e até deve pegar numa viola para encantar as festas de Natal. Um exemplo enternecedor deste ambiente que se viveu numa Aula Magna praticamente esgotada foi o casal de cinquentões que estava sentado à minha frente, de mão dada e corpo alegremente embalado ao som da música, num êxtase de adolescência tardia tipo Praia das Maçãs, acentuado pelo cheiro adocicado que ficava no ar quando a senhora abanava a sua cabeça devidamente lacada.

Independentemente do ambiente (há que ter um espírito aberto...), o concerto de Josh Rouse foi de uma competência incólume, ainda mais reforçada pelo facto do músico estar em notória convalescença de uma gripe. Apesar do som fraco (muita reverberação), sobretudo no início do concerto, a duração foi a ideal e o passeio por toda a discografia do músico foi deveras agradável. Se bem que “1972” continue a ser o meu disco preferido e o concerto tenha ganho claramente quando Rouse abordou temas deste período.

Para terminar, proponho que se acabem com as primeiras partes dos concertos. Ou a coisa é tipo mini-festival com duas ou três bandas que logo à partida fazem parte integrante do cartaz, ou então vamos ter de continuar a apanhar com chatos como o espanhol (dizem que é argentino..) que fez a primeira parte do espectáculo, que não se enquadrou minimamente num espaço tão grande e que cortou completamente o gozo de quem pagou para ver uma coisa e não outra impingida à força. Quem conhecer o senhor faça o favor de lhe ensinar mais uns acordes, porque usar sempre o mesmo em todas as músicas é uma grande seca.

26/11/2007

Josh Rouse hoje na Aula Magna


Aqui fica uma amostra do que Josh Rouse anda a tocar na tourné que vai passar hoje pela Aula Magna em Lisboa. Sons quentes para uma segunda-feira fria de Outono. Vai saber bem...

23/11/2007

Ananana #6 - Drag City


Six Organs of Admittance
"Shelter From The Ash"
2007 - Drag City

Os Six Organs of Admittance são cada vez mais a forma de Ben Chasny demonstrar a sua genialidade, a qual se pode manifestar em polos tão díspares como Current 93 e Comets On Fire. Se a costela folk e experimental começou por ser a sua imagem de marca, a faceta sónica tem vindo à tona e os seus discos surgem cada vez mais coesos e intensos. "Shelter From The Ash" é a combinação perfeita destes dois universos paralelos, com a novidade acrescida de que o disco tem um sabor extra a banda, a que não é alheia a participação de músicos ilustres como Elisa Ambrogio (Magik Markers), Tim Green (Fucking Champs), Noel Harmonson (Comets on Fire) e Matt Sweeney (Chavez, Zwan, Superwolf). Sabor extra que se sente em temas como “Coming To Get You” ou "Shelter From The Ash", mas também na intimidade do maravilhoso dueto de Ambrogio e Chasny em “Strangled Road”. Três adjectivos e uma constatação descrevem este disco: melodioso, impetuoso e brilhante; sério candidato a disco do ano.


Randall of Nazareth,
"Randall of Nazareth,"
2007 - Drag City
É preciso ter coragem para fazer um disco com o título Randall of Nazareth, mesmo que o primeiro nome do artista seja Randall e mesmo que ele seja originário de Nazareth, Pennsylvania. Religiosidades à parte, “Randall of Nazareth” é o primeiro disco a solo de Randall Huth, membro dos Pearls & Brass. Se estes são um power trio claramente inspirado no rock dos anos 70 (Led Zeppelin e Blue Cheer), o primeiro é um folk bêbado que tresanda ao Devendra Banhart dos primeiros tempos e ao John Fahey de todos os tempos. Em 8 canções e 30 minutos gravados em casa, Huth não só se revela um bardo inspirado, como deixa transparecer todo o intimismo de uma gravação caseira: respirações, tosse, instrumentos que caem e falsos começos. Pelo que o que começou como um disco de um músico em férias da sua banda, acaba numa muito interessante experiência de red-neck folk-blues, com ponto alto no excelente “Ballad of a Sorry Lonely Breaking Man”. A ouvir na companhia de um bom bourbon.

Concentrick
“Aluminum Lake”
2007 - Drag City

Os Concentrick são o projecto pessoal de Tim Green, músico essencialmente de estúdio, membro dos Fucking Champs e inspirado pela demência hipnótica de uns Psychic TV e pelo art-rock alemão dos Cluster. Mas se os seus álbuns são integralmente instrumentais e compostos a partir da electrónica, o sabor que fica deste “Aluminum Lake”, acabado de editar na Drag City, 5 anos depois do último disco, é um sabor a pós-rock, que marca o início do álbum. A surpresa chega quando, ao terceiro tema, de seu nome “White Bear,” se instala um rock mais musculado e cheio de referências ao rock pesado dos anos 70, com os riffs a dominar a cena e um claro enquadramento na nova cena do metal, com Pelican e Red Sparowes à cabeça, mas também muito inspirado no power-rock dos Trans Am. A fase final de “Aluminum Lake” volta a ser marcada pelo prog-rock que tem sido desde sempre a imagem de marca deste side-project dos Fucking Champs. Em suma, este é um disco curto e despretensioso, mas que por vezes tem laivos épicos. Uma agradável viagem.

Discos disponíveis na Ananana

Louie Louie - nova loja de música em Lisboa



O camarada Hugo Moutnho enviou-me este comunicado sobre a inauguração da Louie Louie, que transcrevo na íntegra. Da minha parte só tenho a desejar boa sorte!!!

Olá amigos, finalmente a Louie Louie vai inaugurar a sua primeira loja em Lisboa.

A Louie Louie Lisboa é na R. Nova da Trindade nº8-a ao Chiado (a 2 min. da estação de metro Baixa-Chiado, entre a Brasileira e o Teatro da Trindade).

Como sempre teremos as últimas novidades em CD, bem como largas secções de CD e vinil usado. Compraremos vinil, CD's, DVD's e jogos de Playstation. E teremos uma das maiores secções de vinil novo de Lisboa....

A inauguração desta nova loja para a qual estão desde já convidados, vai decorrer no próximo sábado, 24 a partir das 14h e até às 20h e vai contar com a participação dos DJ's Great Luna (aka, Sofia Morais), Mr. Cookie (aka Pedro Guimarães) e Jorge Santos do LEFT.

A festa irá depois prolongar-se pela noite fora no Europa com mais uma sessão "We R Your Friends".

Informamos ainda que a partir da próxima segunda feira estaremos abertos todos os dias da semana (sim, todos!!) das 10h às 20h. Ao Domingo abriremos apenas da parte da tarde a partir das 14H30H.

Para finalizar acrescentamos os nossos contactos: Tel. 21 3472232 e e-mail: louielouie.lisboa@gmail.com

Estão convidados e podem trazer os amigos.

A vida é uma festa


A minha vida mudou quando fui para o 10º ano, mudei de escola, vi o video do "She's In Parties" e comprei uma t-shirt dos Bauhaus. A t-shirt já lá vai, mas esta música há de ficar comigo para sempre.

22/11/2007

Black Helicopter

Adjectivos : pesado, negro, nervoso, intenso, colossal...
Inspiração: Big Black, Killdozer, Shellac, Stooges, Jesus Lizard...

20/11/2007

Black Sabbath reencarnated


Os Witch são mais um projecto do guitarrista, vocalista e mentor dos Dinosaur Jr, J Mascis. Mas desta vez o homem volta ao seu primeiro instrumento, a bateria, para, na companhia do amigo de longa data, Dave Sweetapple, e do vocalista/guitarrista dos Feathers, Kyle Thomas. O primeiro disco saiu ainda em 2006 e o resultado, como se pode ver e ouvir aqui, é puro seventies rock, com longas cabeleiras e muitas horas de Black Sabbath.

16/11/2007

Depois da tempestade, a bonança...

Depois de dois posts azedos, não podia ir de fim de semana sem deixar uma luz ao fundo do túnel. E por isso volto aos Six Organs of Admittance e ao novo "Shelter From The Ash", com o primeiro video que precisamente dá o título ao disco. Denso e intenso, melodioso e impetuoso. Brilhante. Se uns nos desiludem, outros continuam lá em cima.

Young Gods acústicos ao vivo?

Em memória dos concertos brutais que estes senhores deram em tempos idos no Cinema Alvalade e na Voz do Operário, POUPEM-ME...

Mitras!

Não sei de quem é a culpa, se do músico se do espaço, mas a verdade é que o concerto cancelado do David Sylvian no CCB não vai ter nova data, ao contrário do que ambas as partes prometeram. Bem podem devolver o dinheiro dos bilhetes que eu digo à mesma: mitras!

13/11/2007

Six Organs of Admittance

Aqui fica um video que testemunha a maravilha que são os Six Organs of Admittance de Ben Chasny, em antecipação ao novo disco "Shelter From the Ash" que sai ainda em Novembro. Um disco que já me passou pelos ouvidos e que confirma uns Six Organs of Admittance cada vez intensos e cada vez mais banda, mas sempre com o toque pessoal de CXhasny, que desta feita surge acompanhado por Elisa Ambrogio (Magik Markers), Tim Green (Fucking Champs), Noel Harmonson (Comets on Fire) e Matt Sweeney (Chavez, Zwan, Superwolf).

12/11/2007

Parabéns pai!

Hoje o meu paizinho faz anos. Toma lá uma do Herman Dune, que foste tu quem mo apresentou. Conta muitos!

Barreiro Rocks mesmo!!!

Antes de mais obrigado aos camaradas do Barreiro que tão bem me receberam na margem sul no sábado passado. Bela jantarada. Boa companhia. E muito rock’n’roll. Aliás, devo mesmo dizer que há muito tempo que não estava num concerto/festival que emanasse tanto espírito rockeiro. Só tive mesmo pena de ter de abandonar a festa tão cedo e de nem sequer ter chegado a ver e ouvir a demência (segundo me contaram) dos Black Lips. Fiquei-me pelos tugas de Barcelos Green Machine, que demonstraram ser uma máquina bem oleada, e os italianos Mojomatics, guitarra, voz e bateria de fato e gravata, mas muito pouco formal.

Valeu a experiência sobretudo pelo espaço decadentemente maravilhoso que é “Os Ferroviários” do Barreiro, pelo ambiente de festa decadente e, mais uma vez, pelos camaradas barreirenses (Zé e Carmo, vocês são os maiores!!!). Ah, é verdade, e pelo Crooner Vieira, o cromo mais cromo de todos os cromos, o super-entertainer do Barreiro Rocks, como se pode comprovar nos videos abaixo. Uma coisa é certa, se houver saúde, lá estarei em 2008.







09/11/2007

Stars of the Lid em Lisboa

Segundo o site da Southern Records os espaciais Stars of the Lid tocam em Lisboa no próximo dia 6 de Dezembro na Zé dos Bois. O espaço não me parece mais adequado, principalmente se for no aquário, mas a data é para fixar e o concerto será com certeza uma viagem inesquecível.

08/11/2007

90 anos da Revolução Russa com os Gatos Podres

Faz por estes dias 90 anos que a Revolução Russa eclodiu, tendo dado lugar a um regime soviético que tanto iluminou muitos intelectuais do Séc. XX como apagou muitas vidas mais ou menos inocentes. Passados 90 anos fica no ouvido um hino que por muito que represente cada vez menos nos tempos que correm, tem sempre aquela magia. Estou a falar, claro está, da Internacional, que apresento aqui na versão punk-hardcore dos brasileiros Gatos Podres. Uma pérola. Porque só com uma moxe é que isto lá vai.

I believe in JESU…

Este post tem um duplo propósito.



Primeiro homenagear a potência da música dos JESU de Justin Broadrick, cuja ilustre história neste meios muito latos do metal passa por projectos tão seminais como Napalm Death e Godflesh. Enquanto JESU, a mestria de Broadrick não fica atrás e é uma clara demonstração do amadurecimento de um músico que tem escuridão na alma, mas que projecta uma luminosidade épica. Temas longos, arrastados, difusos, ideais para uma noite de chuva à lareiracom um livro nas mãos e um gato no colo. O álbum “Conqueror” e o EP “Silver” são as mais recentes (e muito aconselháveis) demonstrações do metal espacial dos JESU.



O segundo propósito é um protesto contra os organizadores de concertos da nossa praça: porque raio é que os JESU vão andar em Novembro e Dezembro na Europa e não passam por Portugal? Isto é, porque é que todo o metal e mais algum vem cá e o metal que realmente interessa passa ao lado? O mesmo vale para os Pelican, que também andam pela Europa por estes tempos. Bem sei que estes vieram cá há pouco tempo, mas Pelican nunca é demais.

07/11/2007

Rock'n'Roll é no Barreiro este fim de semana


Eu vou lá dar um salto no sábado para uma jantarada com o pessoal do Barreiro e para dar uns saltos ao som dos Black Lips, Mojomatics, Green Machine e Tres Delicias. Sem falar nos "míticos" Act-Ups em after-hours.

Pelas amostras abaixo a coisa promete festa brava.


Black Lips


The Mojomatics


Green Machine


Tres Delicias


The Act-Ups

06/11/2007

Einsturzende Neubaten em Portugal


Os Neubauten, banda que me acompanha há muitos anos, acabaram de editar um novo disco, "Alles Wieder Offen", pela primeira vez inteiramente em alemão, mas em grande forma como têm demonstrado os mais recentes registos da banda, desde que Blixa Bargeld largou definitivamente os Bad Seeds. Segundo o Juramento Sem Bandeira, parece que vamos poder voltar a vê-los por cá, na Casa da Música e na Aula Magna, respectivamente dias 3 e 4 de Maio de 2008.

Se a Aula Magna parece-me uma má escolha, tal como o foi o CCB da última vez que os senhores por cá estiveram, e ao contrário do maravilhoso concerto de 1993 na Voz do Operário, que continua a figurar na lista dos concertos da minha vida, a Casa da Música parece-me uma excelente oportunidade para ir conhecer um espaço que ainda não tive oportunidade de visitar. O pretexto parece-me ser ideal...

05/11/2007

Do Make Say Think

Muito se falou de Godspeed You Black Emperor e afins bandas e projectos da editora canadiana Constellation Records. Mas a verdade é que a única banda que se manteve constante na energia, na inventividade e na qualidade foram os Do Make Say Think, como comprova este video de "A Tender History In Rust", tema proeminente do 5º e mais recente disco da banda, "You, You’re A History In Rust". Uma viagem.

Ananana #5: Shellac - “Excelent Italian Greyhound”


Sete anos depois do último álbum, os Shellac de Steve Albini (guitarra), Bob Weston (baixo) e Todd Trainer (bateria) estão de regresso aos discos. E porque é que este facto é de saudar? Primeiro porque os Shellac são simplesmente o power trio mais poderoso da história do rock americano. Depois porque este é apenas o quarto álbum de um projecto que tem tudo de mítico, a começar pelo passado dos seus membros: Albini foi figura de proa nos Big Black e nos Rapeman; Weston, tal como Albini, produtor de profissão, militou nos Volcano Suns e nos The Garfield Cadets; Trainer passou pelos Brick Layer Cake, pelos Breaking Circus e pelos Riffle Sport. Mas sobretudo porque os Shellac não uma banda normal: não andam na ribalta, não promovem os seus discos, não fazem digressões, poucas vezes dão entrevistas, e não precisam mais do que três instrumentos para fazerem músicas que dão a volta às entranhas mais resistentes. O nome, traduzido à letra, significa goma-laca, uma espécie de verniz industrial. No universo musical, “shellac” é uma substância usada no passado para fazer discos em vinil. No universo da banda, “shellac” é um leitor de vinis de 78 rpm. Isto porque os Shellac são apologistas da gravação através de métodos analógicos. Revivalismo? Não. Somente uma forma de assegurar a qualidade sonora desejada pelos músicos. E de não deixar cair o vinil no esquecimento”.

Depois de "At Action Park" (1994), "Terraform" (1998) e "1000 Hurts" (2000), com vários 7" pelo meio, mais ou menos impossíveis de encontrar, “Excellent Italian Greyhound” é o nome do novo disco, alegadamente inspirado no cão de Todd Trainer. São 9 temas do melhor rock sincopado, sem efeitos especiais nem produções megalómanas, mas com toda a intensidade explosiva que é reconhecida a estes três músicos de eleição. É a liberdade total dada à guitarra, ao baixo e à bateria, mas em estado verdadeiramente puro. É difícil destacar um tema em particular, porque o álbum funciona como um todo, com momentos de extrema energia (“Be Prepared”), seguidos de momentos de quase silêncio (“Genuine Lulabelle”), incluindo espaço para instrumentais calorosos (“Kittypants”), mas sempre com regresso marcado ao rock puro e duro (“Boycott”). Para acabar em êxtase (“Spoke” - para ver e ouvir abaixo), como acontece em todos os discos dos Shellac, tal como os inícios costumam custar a arrancar (“The End of Rádio”), como quem arranca um coração. Brutal.

Uma obra de arte que só vem provar (mais uma vez) que o rock não morreu nem nunca vai morrer. Longe disso.



Disco disponível na Ananana
Shellac
“Excelent Italian Greyhound”
2007 – Touch & Go Records

 
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