A magia branca chega ao Maxime
A época de caça ao concerto em Portugal está de tal modo ao rubro que a fartura pode acabar por destronar a qualidade. Mas de facto, para quem costuma se queixar do facto de Portugal ficar muitas vezes fora da rota, sobretudo do circuito independente, os próximos dois meses prometem concertos inolvidáveis. Pelo que para além dos concertos que são muito publicitados, há umas pequenas pérolas que convém não esquecer. Neste particular estou a falar do concerto dos White Magic, no próximo dia 4 de Maio a decorrer no Maxime.
Para os mais desatentos, os White Magic são acima de tudo a banda de Mira Billotte (voz e piano), cuja magia já foi comparada a Beth Orton, Dawn McCarthy e Nico, e que fez história nos Quix*o*tic, uma das bandas que Bonnie Prince Billy e os Tortoise versaram em “The Brave and the Bold”.
Os White Magic iniciaram a sua saga com concertos em Nova Iorque e uma aparição numa compilação da United Bamboo, factos que chamaram a atenção da editora Drag City, que os contratou em 2003. Em 2004 chegou a primeira prova de que os White Magic não eram apenas mais um projecto indie, mas de facto uma banda cheia de magia positiva: o EP “Through the Sun Door” (urgente descobrir). A tourné americana de 2004 a fazer primeiras partes de músicos consagrados como Bonnie Prince Billy contribuiu decisivamente para afirmar um estatuto já adquirido no passado.
Em 2005, Billotte continuou a tocar ao vivo, mas agora acompanhada pelo guitarrista Sleepy Doug Shaw, com quem divide o protagonismo dos White Magic actualmente. E 2006 viu nascer o primeiro álbum de corpo inteiro dos White Magic, “Dat Rosa Mel Apibus”, que parte de uma base simples construída a partir de padrões de piano e melodias enternecedoras, para consagrar a banda como uma verdadeira poção mágica (mais freak que folk), que vai revelando novos feitiços a cada audição, sempre com a voz quente de Mira Billotte a marcar o compasso.
Ao vivo é qualquer coisa do género que se apresenta aqui. Mas estou em crer que no Maxime a coisa deve ser mais intensa. A ver vamos...
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