O Bonnie foi um principe
Bem sei que já é tarde e que já muita coisa deeve ter sido escrita sobre o concerto do Bonnie Prince Billy e dos Faun Fables no Maxime, no passado dia 5 de Abril. Esta minha apreciação só chega agora porque poucas horas depois do concerto tive a felicidade de viajar para londres com a minha cara metade para um fim de semana inesquecível (obrigado Carla...). Mas chegado da capital inglesa com a cabeça ao mesmo tempo aberta e cheia de ideias (não percam o Old Spittafields Market - deixa a Portobello Road a um canto), não podia deixar de fazer a minha apreciação daquele grande concerto. Os Faun Fables cumpriram, mas não há dúvida que a magia é muito maior em disco. O espaço é maravilhosamente decadente, mas irritaram-me as mesas reservadas para os pseudo-intelectualóides que gostam do Bonnie porque está na moda e que ficam para ali especados sem qualquer tipo de sentimento (porque música é sentimento e não intelecto). Aliás, irrita-me quando as coisas genuinamente boas são institucionalizadas (não acho que o Bonnie se tenha institucionalizado, nem acredito que alguma vez o venha a fazer). E irrita-me mais ainda quando estes pseudo-intelectualóides vão ao Maxime falar e beber copos em claro desrespeito pelos que pagam para ver e ouvir o concerto. Eu por mim acabava com as mesas em dias de concerto, ou instalava-as atrás, deixando os apaixonados juntarem-se junto ao palco para homenagear o maior songwriter da actualidade. Neste capítulo, e para dar uma volta a este texto que começava a ficar irritante, tenho de voltar a afirmar a minha paixão incondicional por Will Oldham, que já dura desde os tempos dos Palace Brothers, vai para mais de 10 anos. Um verdadeiro one-man-show, que esteve mais inspirado que nunca. Ou como diz o meu cunhado Carlos, "o poeta que fode" (a conversa sobre o "big black dildo" só o veio comprovar). Nem vale a pena entrar em pormenores, porque esses são para guardar no íntimo (alguém apanhou o arrepiante "New Partner"?). Para mim, foi já a quarta experiência ao vivo com o homem (e eu até sou hetero), mas fiquei com a sensação que vai haver mais (não te preocupes Carla...). Só espero que da próxima seja outra vez com banda, porque apesar de Bonnie Prince Billy ter estado no seu melhor no Maxime, na ZDB em 2004, com uma banda por trás, a experiência foi de uma intensidade sem limites. Tão sem limites como a minha paixão pelo disco "Master and Everyone", um disco que muitos se esquecem e até renegam, mas que para mim é uma das sete maravilhas da humanidade e que me fez lembar este concerto no Maxime (será que foi a barba?).
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