26/04/2007

The Fall em Marte


Chamam-se Von Sudenfed e são a combinação mais improvável dos últimos anos: Mark E. Smith, o mítico mentor dos The Fall, com Andi Toma e Jan St. Werner dos psicadélicos Mouse on Mars. O álbum chama-se "TROMATIC REFLEXXIONS" e o video "Fledermaus Can't Get It". A coisa promete...

Beastie Boys in the house!


Tenho uma relação especial com os Beastie Boys há muitos anos. Nunca fui adepto particular de hip hop, mas a conjugação que os BB fizeram deste género com o rock, o hardcore e até o jazz, resultou numa mistura que sempre me entusiasmou. "Paul's Boutique" continua a ser um dos meus "all time favourites". E apesar dos últimos anos terem apagado um pouco os Bestie Boys da minha memória, que nem sequer o regresso aos discos com "To The 5 Buroughs" reavivou, eis que os homens voltam a surpreender. Primeiro pela primeira visita ao nosso terceiro mundo à beira mar plantado, e ainda por cima por duas vezes e em registos diferentes. Depois pela ideia de dar várias câmaras de video ao público durante um concerto, e fazer da babilónia resultante um filme/documentário que promete (o trailer aqui apresentado faz crescer água na boca). Isto para concluir que 2007 é o ano em que voltei a ouvir Beastie Boys. Ao concerto do Festival Alive em Algés ainda não sei se vou (aversão a festivais ou cotice aguda?), mas para o concerto instrumental na Aula Magna já comprei bilhetes. É que uma das coisas que sempre admirei nos Beastie Boys foi o facto deles terem sido sempre músicos por direito próprio, que sabem tocar instrumentos e que formam um dos mais expressivos power trios da música da nossa contemporaneidade. Isto misturado com a atmosfera jazzy prometida faz com que este venha a ser um dos concertos do ano. Depois do poder e da alegria que assisti nos Akron Family vai ser difícil ver algo melhor este ano, mas pelo menos ter a perspectiva de testemunhar outro grande concerto já é suficientemente aliciante (e não me esqueci dos Pelican que também vêem aí). E tudo isto fora dos estupidificantes festivais. Estou nas nuvens...

25/04/2007

25 de Abril Sempre


Fui educado na memória do 25 de Abril. E parte significativa dessa educação deve-se à música, sobretudo à música de Zeca Afonso e Sérgio Godinho, que muito rodaram no gira-discos dos meus pais. Por isso, o 25de Abril para mim é sempre. Sempre alegria. Sempre festa. Sempre música. E aos fascistóides que por aí andam, no bom estilo trauliteiro de Abril e como diria o Sérgio Godinho, Bico Calado.

23/04/2007

HAPPY FAMILY


Emocionante. Vibrante. Poderoso. Caloroso. Genial. Fundamental. E mais adjectivos houvesse para qualificar o brilhante concerto que os Akron Family deram ontem no Music Box em Lisboa. A coisa prometia ainda antes de começar. A banda ainda tem poucos discos (todos muito bons), mas já tem fama (e proveito) de ter uma energia única ao vivo, que se confirmou plenamente. O enquadramento era perfeito para um concerto perfeito. A noite estava de Verão. Uma saída nocturna no Cais do Sodré. A descoberta do Music Box, onde ainda não tinha ido e que já deixou vontade de voltar. De facto, só estranhei a (tão) escassa audiência, ainda por cima com bilhetes a 10€. Segundo um amigo que encontrei por lá, parece que os bilhetes vendidos pouco ultrapassaram a meia centena. Para quem lá esteve não podia ser melhor. Muito espaço e uma grande banda só para nós. Mas a coisa podia ter dado para o torto, caso os Akron Family fossem estrelas que se deixam influenciar pelo número que compõe a plateia. A verdade é que eles são mesmo estrelas, porque brilharam tão intensamente como se estivessem perante a audiência mais numerosa do mundo. E, azar para quem lá não esteve, deram um concerto memorável.

Logo o início foi de arromba, numa atmosfera de total intimismo, com os quatro akrons a cantar o caloroso “Love and Space” à beira do palco, que acabou com a plateia a cantar em uníssono com a banda, parceria que aliás durou todo o concerto, sempre conduzida com mestria, alegria e simpatia pelos músicos. O concerto durou perto de duas horas, com mil e um momentos altos e nenhum baixo. Apetece-me referir a interpretação mágica de um tema do mais recente álbum, “Meek Warrior”, que me toca particularmente, de seu nome “Gone Beyond”. Mas para a história vai ficar sem dúvida o final apoteótico, que deve ter durado para aí ¼ de todo o concerto. Uma massa sonora que começou com o épico “Blessing Force”, o início explosivo de “Meek Warrior”, migrando posteriormente para uma power jam que elevou o público ao palco, a cantar e a tocar em tudo o que lembrasse percussão, tendo ficado os (poucos) restantes a saltar mesmo ali à frente. E isto em perto de meia hora, sempre a abrir, sem um segundo de descanso, numa demonstração de puro virtuosismo, no melhor sentido da palavra, mas também de um grande profissionalismo. Já assisti a muitos concertos, mas a simbiose como a que tive o privilégio de testemunhar ontem acontece poucas vezes na vida.

Confesso que houve uma altura em que a coisa começou a esticar-se, mas a genuína alegria que os Akron Family colocam em palco (e se eles são bons em disco, o palco é o habitat natural da banda) faz com que tudo lhes seja permitido. Até um regresso a Lisboa, quanto mais não seja para que os muitos que ficaram em casa, por pura preguiça domingueira ou porque o dinheiro não dá para a fartura de concertos que se aproxima, possam vir a ter o prazer de assistir a um espectáculo dos Akron Family.

20/04/2007

A magia branca chega ao Maxime


A época de caça ao concerto em Portugal está de tal modo ao rubro que a fartura pode acabar por destronar a qualidade. Mas de facto, para quem costuma se queixar do facto de Portugal ficar muitas vezes fora da rota, sobretudo do circuito independente, os próximos dois meses prometem concertos inolvidáveis. Pelo que para além dos concertos que são muito publicitados, há umas pequenas pérolas que convém não esquecer. Neste particular estou a falar do concerto dos White Magic, no próximo dia 4 de Maio a decorrer no Maxime.

Para os mais desatentos, os White Magic são acima de tudo a banda de Mira Billotte (voz e piano), cuja magia já foi comparada a Beth Orton, Dawn McCarthy e Nico, e que fez história nos Quix*o*tic, uma das bandas que Bonnie Prince Billy e os Tortoise versaram em “The Brave and the Bold”.

Os White Magic iniciaram a sua saga com concertos em Nova Iorque e uma aparição numa compilação da United Bamboo, factos que chamaram a atenção da editora Drag City, que os contratou em 2003. Em 2004 chegou a primeira prova de que os White Magic não eram apenas mais um projecto indie, mas de facto uma banda cheia de magia positiva: o EP “Through the Sun Door” (urgente descobrir). A tourné americana de 2004 a fazer primeiras partes de músicos consagrados como Bonnie Prince Billy contribuiu decisivamente para afirmar um estatuto já adquirido no passado.

Em 2005, Billotte continuou a tocar ao vivo, mas agora acompanhada pelo guitarrista Sleepy Doug Shaw, com quem divide o protagonismo dos White Magic actualmente. E 2006 viu nascer o primeiro álbum de corpo inteiro dos White Magic, “Dat Rosa Mel Apibus”, que parte de uma base simples construída a partir de padrões de piano e melodias enternecedoras, para consagrar a banda como uma verdadeira poção mágica (mais freak que folk), que vai revelando novos feitiços a cada audição, sempre com a voz quente de Mira Billotte a marcar o compasso.

Ao vivo é qualquer coisa do género que se apresenta aqui. Mas estou em crer que no Maxime a coisa deve ser mais intensa. A ver vamos...

19/04/2007

Velhos são os trapos...

Thurston Moore e a sua filha Coco apresentam "Been There All The Time", o novo video do novo disco dos Dinosaur Jr realizado por Matt Dillon.

Bonnie 'Prince' Billy de novo em Lisboa

Depois do mágico concerto no Maxime, Bonnie Prince Billy, aka Will Oldham, regressa a Lisboa, mas desta vez como actor e no âmbito do Indie Lisboa. O filme chama-se "Old Joy", a música tem o cunho de outro clássico-moderno americano, os Yo La Tengo, e as datas e locais de exibição são: 20 Abril, 21h30, King 3 ● 24 Abril, 22h00, King 1 ● 28 Abril, 00h30, King 1. Pelo trailer vale a pena. Por Will Oldham e Yo La Tengo vale tudo.

17/04/2007

Tara Jane O'Neil na ZDB


Tara Jane O'Neil canta do fundo do coração. Canta com uma alma que vem da profundeza das Américas. Canta (ou já cantou) em múltiplas encarnações: Rodan, Retsin, Sonora Pine, King Cobra… E ainda tem tempo para ser pintora. A sua música é onírica e inebriante, como um bom vinho que não se bebe, mas saboreia-se. Do seu mais recente disco, "In Circles" fica aqui uma pequena amostra com The Louder. Uma pequena amostra que serve também de inspiração ao anunciado concerto em Lisboa, no próximo dia 8 de Abril, na Zé dos Bois, na companhia de Jana Hunter. Uma noite que promete sensações quentes...

16/04/2007

Electrelane - Hey ladies, get rockin'

Sempre tive um fetiche por mulheres rockeiras. E a Electrelane encaixam-se nesta categoria. Eis o novo video ("To The East") do novo e 4º álbum ("No Shouts No Calls") da banda de Verity Susman, Emma Gaze, Mia Clarke e Ros Murray. Um disco alegre e emotivo. Uma colecção (muito) pessoal de histórias positivas sobre a vida e o amor, com melodias motivantes, ritmos viciantes e vozes hipnóticas. Ideal para este início de Primavera.

É já para a semana!

13/04/2007

Felicidade querida irmã...

Querida irmã Susana que vais para o Rio de Janeiro fazer o teu pós-doutoramento. Ainda nem sequer partiste e já estou cheio de saudade. Mas é cheio de felicidade (um sentimento bem brasileiro) que te desejo toda a sorte do mundo. Sorte sim, porque arte e engenho sei eu bem que tu já tens em quantidades transbordantes. Só te peço uma coisa: se encontrares por lá o (espírito) do Vinicius, bebe um chop com ele por mim. Amor do teu irmão Vasco.

11/04/2007

Hey ladies, get funky!

As ESG nasceram nos idos de 70, fizeram dançar nos idos de 80, entraram em stand by nos idos de 90 e regressam mais funky que nunca. Mulheres negras cheias de ritmo. Procurem "A South Bronx Story", uma compilação recentemente editada que dá uma (pequena) amostra do poder destas senhoras.

10/04/2007

Mark E. Smith vs. Roy Orbison



Qualquer semelhança é pura realidade, mas no último e excelente (como sem pre) disco dos The Fall, de seu nome "Reformation Post TLC", não pude deixar de sentir uma enorme proximidade musical entre estes dois "belos" e intemporais músicos no tema
White Line Fever. Quem quiser ouvir...

PS - Este blog começou em Novembro de 2006. Com este post celebro a minha centésima adenda musical ao Escape From Noise. Acho que vou continuar a fugir...

09/04/2007

O Bonnie foi um principe


Bem sei que já é tarde e que já muita coisa deeve ter sido escrita sobre o concerto do Bonnie Prince Billy e dos Faun Fables no Maxime, no passado dia 5 de Abril. Esta minha apreciação só chega agora porque poucas horas depois do concerto tive a felicidade de viajar para londres com a minha cara metade para um fim de semana inesquecível (obrigado Carla...). Mas chegado da capital inglesa com a cabeça ao mesmo tempo aberta e cheia de ideias (não percam o Old Spittafields Market - deixa a Portobello Road a um canto), não podia deixar de fazer a minha apreciação daquele grande concerto. Os Faun Fables cumpriram, mas não há dúvida que a magia é muito maior em disco. O espaço é maravilhosamente decadente, mas irritaram-me as mesas reservadas para os pseudo-intelectualóides que gostam do Bonnie porque está na moda e que ficam para ali especados sem qualquer tipo de sentimento (porque música é sentimento e não intelecto). Aliás, irrita-me quando as coisas genuinamente boas são institucionalizadas (não acho que o Bonnie se tenha institucionalizado, nem acredito que alguma vez o venha a fazer). E irrita-me mais ainda quando estes pseudo-intelectualóides vão ao Maxime falar e beber copos em claro desrespeito pelos que pagam para ver e ouvir o concerto. Eu por mim acabava com as mesas em dias de concerto, ou instalava-as atrás, deixando os apaixonados juntarem-se junto ao palco para homenagear o maior songwriter da actualidade. Neste capítulo, e para dar uma volta a este texto que começava a ficar irritante, tenho de voltar a afirmar a minha paixão incondicional por Will Oldham, que já dura desde os tempos dos Palace Brothers, vai para mais de 10 anos. Um verdadeiro one-man-show, que esteve mais inspirado que nunca. Ou como diz o meu cunhado Carlos, "o poeta que fode" (a conversa sobre o "big black dildo" só o veio comprovar). Nem vale a pena entrar em pormenores, porque esses são para guardar no íntimo (alguém apanhou o arrepiante "New Partner"?). Para mim, foi já a quarta experiência ao vivo com o homem (e eu até sou hetero), mas fiquei com a sensação que vai haver mais (não te preocupes Carla...). Só espero que da próxima seja outra vez com banda, porque apesar de Bonnie Prince Billy ter estado no seu melhor no Maxime, na ZDB em 2004, com uma banda por trás, a experiência foi de uma intensidade sem limites. Tão sem limites como a minha paixão pelo disco "Master and Everyone", um disco que muitos se esquecem e até renegam, mas que para mim é uma das sete maravilhas da humanidade e que me fez lembar este concerto no Maxime (será que foi a barba?).

05/04/2007

BONNIE PRINCE BILLY É HOJE! EU VOU!

É já a quarta vez que vejo este génio ao vivo. E venham mais cinco! Mas é a primeira vez que vou ao Cabaret Maxime. Parece-me que é o espaço indicado para receber o bardo do country-folk.

Afinal parece que há White Stripes...

Segundo ouvi dizer, os White Stripes tocam em Lisboa no dia 9 de Junho, no Festival Alive, no mesmo dia dos Smashing Pumpkins. Enfim, era bem melhor se fosse com os Sonic Youth, como foi falsamente anunciado há uns dias atrás. Mas se não houver outra hipótese, lá terá que ser... Entretanto, fica no ar uma "Blue Orchid" para cheirar antes de ir ao concerto.

04/04/2007

The Simpsons Movie

Bem sei que não tem nada a ver com música, mas um filme dos Simpsons é música para os meus ouvidos. Aqui ficam os trailers até à data, para rir e chorar por mais.


Between a rock and a hard place.



03/04/2007

Os deuses estão loucos

Que saudades que eu tinha dos Young Gods. Decorria o ano de 1989 quando pela primeira vez me chegou aos ouvidos este trio suiço que explodia em todas as direcções, sem guitarras mas com muita electricidade. O conceito de power trio com voz, bateria e samplers era então uma novidade e a mistura de francês com inglês ainda mais. O disco era "L'Eau Rouge" (o segundo da banda) e temas como "L'Amourir" e "Pas Mal" deram direito a festa brava na pista da Juke Box no Bairro Alto. E quando os homens pisaram pela primeira vez os palcos nacionais, se não me engano em 1990, no Cinema Alvalade (que já não existe), com os Mão Morta armados em palhaços na primeira parte e comigo agarrado às grades mesmo em frente ao palco, a minha vida, então com 17/18 anos, mudou para sempre. Acho mesmo que nunca mais senti nada assim num concerto ao vivo. Os Young Gods ainda continuaram em força e grande estilo até 1995, com discos seminais como "Play Kurt Weill", "T.V. Sky" e "Only Heaven". Depois deste último disco perdi-me deles, não só porque encontrei outras músicas, mas também porque acho que eles se perderam musicalmente. A chama apagou-se mutuamente, mas eis que se reacende 12 anos depois, com o novíssimo disco dos deuses suiços, de seu nome "Super Ready/Fragmenté". Está lá tudo o que fez os Young Gods grandes: a potência, a energia, o psicadelismo, a voz franco-britânica de Franz Treichler e os samplers explosivo-neuróticos de Al Comet, que entretanto voltou à banda (e que falta ele fez...). O "Freeze" que deixo aqui à vossa disposição é apenas uma pequena amostra de um regresso que se saúda. E ainda bem que os deuses regressam loucos.

02/04/2007

Touch me, I'm happy


Os Mudhoney, banda do mítico "Touch me I'm sick" e os verdadeiros criadores do grunge (qual Nirvana qual quê!...), tão velhinhos como os sempre jovens Sonic Youth, vêm pela primeira vez tocar a Lisboa no dia 11 de Julho, no Paradise Garage. Longe vão so tempos de glória, mas uma boa moxe vale sempre a pena.

 
Directory of Music Blogs Blog Directory Add to Technorati Favorites