12/02/2007

Exploding Star Orchestra


O jazz foi o género musical que mais tarde me chegou aos ouvidos. Ou antes, que os meus ouvidos mais tardia e dificilmente assimilaram. Talvez por inépcia adolescente. Ou talvez porque antes de compreender John e Alice Coltrane, Duke Ellington, Charles Mingus, Thelonious Monk, Kahil El-Zabar, Don Byron, David Douglas, Ken Vandermark, John Zorn, etc., etc., etc, nunca tinha percebido na sua totalidade o prazer da música. Os caminhos abriram-se e não sendo o género mais profícuo na minha musicoteca, tudo o que lá aparece é escolhido a dedo. A mais recente descoberta, a par dos últimos de Mark Feldman ("What Exit") e Marc Ribot ("Spiritual Unity") vem de Chicago e chama-se Exploding Star Orchestra.

Em 2005, o Chicago Cultural Center and o Jazz Institute lançaram um desafio ao trompetista Rob Mazurek (Chicago Underground nas suas múltiplas edições, Mandarin Movie, Isotope 217...) para criar um super-grupo que representasse a faceta mais contemporânea e avant-garde da música de Chicago, com o objectivo de realizar um concerto no Millennium Park (desenhado por Frank Gehry). A música foi conceptualizada e composta no Brasil, em França e em Chicago, e musicada em mais de 12 sessões, antes de chegar à sala de gravações, onde foi devidamente registada pelo Tortoise John McEntire.

O disco ("We Are All From Somewhere Else" - Thrill Jockey) é composto por 3 secções distintas e conta a história de uma estrela que explode, de um raio lazer e das suas viagens pelo universo, de conversas inteligentes com enguias eléctricas, do poder destrutivo dos humanos, da morte e ascensão do raio lazer e da sua transformação de fantasma em pássaro, tal como se se tratasse de uma fénix, e da transformação da fénix num foguetão e da explosão do foguetão que dá origem a uma supernova... Música universal? Jazz cósmico? Muita droga? Uma festa espacial? Tudo isto e mais alguma coisa por um grupo de eleitos da cidade maravilhosa que é Chicago. A prova de que o jazz atravessa todas as fronteiras e pode ser (re)inventado por todos os músicos que tenham um espírito aberto.

Exploding Jazz Orchestra
Rob Mazurek – Composer, Director, Cornet, Electronics
Nicole Mitchell – Flutes, Voice
Jeb Bishop - Trombone
Corey Wilkes - Flugelhorn
Josh Berman - Cornet
Matt Bauder - Bass Clarinet, Tenor Saxophone
Jeff Parker - Guitar
Jim Baker – Piano, ARP Synthesizer, Pianette
Jason Adasiewicz - Vibraphone
John McEntire – Marimba, Tubular Bells, Edits, Recording Engineer
Matt Lux - Electric Bass Guitar
Jason Ajemian - Acoustic Bass
Mike Reed – Drums, Percussion, Saw
John Herndon - Drums

Para uma primeira visão do poder infinito da música, é favor clicar aqui: Sting Ray And The Beginning Of Time-PartII.

1 comentário:

PR disse...

Vi o Marc Ribot na Casa da Música, quando ele veio apresentar o spiritual unity mas, confesso, o Free Jazz ainda me deixa muito confuso.

Já sabia que o Marc se iria dedicar a esse trabalho, mas não podia deixar de ir ver um dos compositores preferidos.

E foi Muy Divertido.

 
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