21/01/2007

MEMORIAL DO CONCERTO #2 - Stereolab na Windy City

Em 1997 (já lá vão 10 anos...) estava eu no meu início de vida profissional e lá ganhei uns trocos à conta da publicidade para ir visitar o meu amigo Jorge (onde andas tu Jorge?) a Chicago, onde ele estava a viver. Estive por lá quase duas semanas, em pleno nevão, na cidade mais cultural que visitei até hoje. Tudo. Concertos de todos os géneros e feitios e nos locais mais fantásticos. Banda-desenhada em grande para um americanizado como eu. Exposições fabulosas com quadros e instalações que só se vêm nos livros. E a arquitectura (deixo aqui um abraço ao Frank Loyd Wright). E a música que mais me entusiasmava na altura, o chamado pós-rock de Chicago, com os Tortoise à cabeça. Estava no céu. Antes de partir fiz as minhas pesquisas e descobri que, logo no meu segundo dia de estadia, a 13 de Novembro, iam tocar no Metro os Stereolab, antecedidos por David Grubbs e Mouse On Mars. Imperdível, apesar de, confesso, ter sido aquele concerto que me despertou para o pop-rock elegante e minimalista dos Sterolab. O concerto cumpriu em tudo. Grubbs entrou e saiu sozinho e deixou-nos uma das suas experiências vanguardistas que passou algo despercebida, devido aos groupies dos Stereolab. Os Mouse On Mars puseram a sala aos saltos e os Stereolab continuaram a festa, num tom muito mais rock que pop e sempre em crescendo. E aquelas vozes em francês derretem qualquer um. A cereja no topo do bolo foi a reentrada em cena dos Mouse On Mars no final da noite, que resulto numa jam muito improvisada, que valeu pela energia exposta em palco. Um concerto ainda mais saboroso porque os Stereolab nunca vieram a Portugal e por ter sido, sem dúvida, no período áureo da banda. À saída tive a sorte de comprar uma serigrafia numerada do cartaz do concerto, desenhada por Jay Ryan, que ele próprio me vendeu e que mais tarde vim a descobrir ser membro de uma banda rock discreta, e espartana até, mas com uma energia muito particular que muito me agrada, os Dianogah.

PS - Ao entrar na sala do concerto pediram-me para mostrar o BI, que eu patrioticamente apresentei, afirmando de peito aberto a minha portugalidade. A cara do segurança a olhar para aquele cartão tamanho king size, com a minha fotografia de mouro (vá lá que foi antes do 11 de Setembro...) é uma cena que nunca esquecerei.

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