31/07/2007

Uma vela pelos Sonic Youth

Para comemorar o lançamento da edição deluxe de "Daydream Nation", provavelmente o maior disco rock de todos os tempos (às vezes também eu gosto de aplicar estes epítetos...) e o regresso da banda a Portugal (Festival Paredes de Coura - 15 de Agosto), Escape From Noise apresenta o video de "Candle", provavelmente uma das melhores canções rock de todos os tempos (lá estou eu outra vez...).

Estávamos então em 1989, tinha eu 17 aninhos e nunca mais ouvi música da mesma maneira...


30/07/2007

And now for something completely different...

Como a meia dúzia de pessoas que por aqui passam semana sim, semana não, provavelmente devem ter reparado, o Escape From Noise mudou de visual e passou a ter um cabeçalho personalizado - para dar mais vida à minha humilde prosa - da autoria do excelentíssimo designer Nuno Porto. Música com design tem muito mais pinta. Obrigado Nuno.

É mesmo mentira...

O título do último post não podia estar mais certo. De facto a data que indico para o concerto dos Liars diz respeito à passagem deles por cá mas no ano passado. Este ano, a 26 de Setembro, os Liars vão estar sim em Austin, Texas e não em Lisboa. Aliás, para Lisboa não há (ainda) nada previsto para esta tour. Desculpem o engano...

26/07/2007

E por falar em mentiras...


Parece que os Liars vão voltar a passar cá por Lisboa, no dia 26 de Setembro, no Club Lua, e também pelo Porto, no dia anterior, no Port Rio (?). Depois de ouvir o último disco, a coisa promete.

Não é mentira...


Com os Liars nada é verdade. Ou seja tudo é possível. Ou seja cada disco é uma surpresa. Já foram experimentais. Já foram sónicos. Já foram cacofónicos. Já foram (quase) silenciosos. Polémicos são sempre. No concerto que vi deles no Lux há uns anos deu para tudo, menos para reconhecer uma música sequer. Se calhar é por isto tudo que o novo disco dos Liars se chama simplesmente "Liars", porque é simplesmente uma grande rockalhada, que faz lembrar o (grande) disco que fizeram a meias com os Oneida há uns tempos. A prova está neste video de "Plaster Casts Of Everything", um video muito tarantiniano (é ver Death Proof e perceber porquê).

Obrigado camarada Rui...

25/07/2007

Josh Rouse "Hollywood Bass Player"

A propósito da vinda de Josh Rouse a Lisboa, eis o video de "Hollywood Bass Player", do mais recente álbum do músico, "Country Mouse, City House". Sabe mesmo a Verão...

24/07/2007

Josh Rouse na Aula Magna


Josh Rouse tem novo disco - "Country Mouse, City House" - e vem apresentá-lo ao nosso canto da Europa no dia 26 de Novembro, na Aula Magna (Lisboa), e no dia 27 no Teatro Circo, em Braga (cada vez mais no circuito, o Porto que se cuide...). Carlinha, já lá estamos...

Novo video dos power-rockers Trans Am

"Tesco vs. Sainsburys" do último disco "Sex Change" - animação retro para o rock do futuro.

Novo video do rei e senhor Bobby Conn

"When The Money's Gone" do último álbum, "King For A Day" - o mais piroso e brilhante glam rock do Séc.XXI.

23/07/2007

EST no CCB - A midnight summer’s dream...


A noite nem estava particularmente quente, coisa que aliás te sido rara neste primeiro mês de Verão, mas o concerto do Esbjorn Svensson Trio prometia aquecer o grande auditório do CCB, quanto mais não seja porque a sala estava quase cheia em número, mas a abarrotar de admiradores. E o trio não desiludiu. Num espectáculo previsto para hora e meia, Esbjörn Svensson (piano), Dan Berglund (contrabaixo) e Magnus Öström (bateria) deram um verdadeiro show de 2 horas, com dois encores efusivamente pedidos e correspondidos.

O concerto foi praticamente todo marcado pelo último e excelente “Tuesday Wonderland”, onde o EST apresenta tudo aquilo que é capaz de fazer: o piano forte inspirado em Monk, mas muitas vezes quase-clássico, de Esbjörn Svensson; o contra-baixo mingusiano por vezes, gutural por outras e quase guitarra-eléctrica para arrepio dos puristas de Dan Berglund; a bateria que foi do quase inaudível ao drum’n’bass. Ou seja, três músicos virtuosos que não têm medo de experimentar todos os sons e atravessar todas as fronteiras, coisa que só o jazz e uma experiência conjunta com quase 15 anos permitem fazer. Deu para fechar os olhos e viajar (“The Goldhearted Miner” ou “Sipping On The Solid Ground”). Deu para abrir a mente e disparar (“Goldwrap” ou “Brewery Of Beggars”). O vídeo que se pode ver abaixo, precisamente do tema “Goldwrap” é elucidativo do poder do EST.

Mas o EST não é só música. É uma encenação perfeita de som (apurado ao mais ínfimo pormenor ontem à noite – até a queda de uma agulha se tinha provavelmente ouvido), fumo (quase tanto como num concerto rock), luz (um desenho de luzes perfeito, com encenações particulares que acentuaram na perfeição o dramatismo de cada música), imagem (projecções em background de pormenores dos músicos a tocar, com efeitos especiais subtis mas extremamente marcantes) e alegria. Muita alegria como só se sente num concerto de jazz.

Um excelente aperitivo para os dois próximos concertos de jazz (no Jazz em Agosto da Gulbenkian) para os quais já tenho bilhetes: Nik Bärtsch´s Ronin (dia 4) e Crimetime Orchestra (dia 5). Até lá...

20/07/2007

Thurston plants trees outside the academy


Depois do brilhante “Rather Ripped” de 2006, onde os Sonic Youth demonstram estar mais em forma do que nunca, chegou a vez de Thurston Moore voltar a editar em nome próprio, o que já não fazia desde “Psychic Hearts” de 1995. Pelo menos não o fazia no formato canção convencional. Não que “Trees Outside The Academy” seja um disco convencional. Longe disso. É sobretudo um disco de um quarentão maduro, que já passou por muito, e que decidiu agora juntar alguns compinchas e compor 12 temas que vivem para além do universo sónico que impregna a vida desta personagem afável e que por acaso é um ícone do rock dos últimos 25 anos.

A base do disco foi gravada por Thurston numa guitarra acústica (é verdade...) e num baixo, compondo o ramalhete Steve Sheley (quem mais?) na bateria e Samara Lubelski (MV EE and The Golden Road, Hall of Fame...) no violino. Aliás, a guitarra acústica e o violino são de facto os elementos mais marcantes do álbum, mas não só. Também são marcantes os instrumentais experimentais (“American Coffin” e “Free Noise Among Friends”) e os instrumentais épicos (“Off Work”, “Trees Outside The Academy”), assim como todos os inevitáveis convidados. A começar por JMascis (Dinosaur Jr), com os seus solos inconfundíveis e com seu estúdio (que também é a sua casa), onde “Trees Outside The Academy” foi gravado em tom familiar. Segue-se John Agnello nas gravações e nas misturas, que por acaso é o produtor de sempre dos Dinosaur Jr. E não podemos esquecer a voz angélica de Christina Carter (Charalambides), que coloca ainda mais este disco nas nuvens (“Honest James”). Há ainda Andrew Macgregor (aka “Gown”), que dedilha aqui e ali umas cordas, John Moloney (Sunburned Hand of The Man), que se senta no lugar de Shelley para um dos momentos mais altos de todo o disco (o cru “Wonderful Witches”), e o noise-maker Leslie Keffer, que empresta os seus préstimos num interregno a descobrir no meio de “Off Work”.

O resto do disco, senão mesmo todo o disco, é dominado pelo lirismo encantado de Thurston Moore (“Frozen Gtr”, “The Shape Is In A Trance”, “Silver>Blue”, “Never Light”, “Fri/end”), que revela mesmo um pouco do seu passado adolescente na performance teatral áudio aos 13 anos que compõe o último tema do álbum, e que é resultado de uma K7 encontrada pela mãe do músico. O que nos remete para o início deste texto: estamos mesmo perante o disco de um quarentão que está a envelhecer bem como poucos, e que se mantém fiel à energia que o continua a manter jovem. A mesma energia que se sente na recente reedição do seminal “Daydream Nation” de 1989 e no já referido “Rather Ripped “ de 2006. E que se vai continuar com certeza a sentir por muitos e bons anos.

Obrigado Thurston por marcares a minha existência desde que me lembro de ouvir música com ouvidos de gente. Continuas a ser o maior...

19/07/2007

The Sea And Cake na ZDB


Segundo consta no Blitz, os The Sea And Cake vão regressar a Portugal para dois concertos: um na ZDB em Lisboa a 27 de Outubro, e outro n' O Meu Mercedes é Maior que o Teu a 29 de Outubro no Porto. Depois de os ter visto numa primeira parte dos Tortoise em 2000 e no festival de comemoração do 10º aniversário da editora Thrill Jockey em 2002, que bem vai saber (re)ver a minha banda pop preferida. O espaço apertado da ZDB promete...

Mr. Tom Waits

A mais recente aparição de Tom Waits, no passado dia 4 de Maio, no programa de Conan O'Brien. E quando é que ele aperece em Portugal (pergunta gasta, mas quem sabe se o vento não pega nela e a leva longe...)?

Jazz #2 - Esbjörn Svensson Trio


O Esbjörn Svensson Trio foi uma das primeiras bandas que me passou pelos ouvidos quando comecei a minha aventura amorosa com o jazz. Corria o ano de 1996, já não sei bem porque razão, provavelmente porque li uma crítica favorável num jornal, quando decidi comprar o álbum “E.S.T. Plays Monk”. Thelonious Monk era já na altura uma das minhas referências jazzísticas, sobretudo no que ao piano diz respeito. A abordagem melodiosa do Esbjörn Svensson Trio à música de Monk, com o piano à frente e o contrabaixo e a bateria em background, encantaram-me de imediato. Um verdadeiro sonho para todas as noites de todos os Verões.

Onze anos depois senti-me impulsionado a voltar ao Esbjörn Svensson Trio, e novamente por culpa de um jornal. Mas desta vez não foi um disco bem cotado, mas o concerto que a banda vai dar no próximo domingo, dia 22 de Julho, no CCB, onde já tenho lugar reservado com a minha senhora (um excelente aperitivo para o Jazz em Agosto que se aproxima).

Vai disto, lá fui à procura das aventuras mais recentes de Esbjörn Svensson, Dan Berglund e Magnus Öström. E com “Tuesday Wonderland” (2006) e “Viaticum” (2005) voltei a apaixonar-me pelas viagens espirituais deste suecos que partem do jazz e podem chegar ao drum’n’bass, à electrónica, ao funk, ao rock e à música clássica.

Um trio de músicos virtuosos cuja única escola é a que aprenderam por si próprios. Talvez seja por isso mesmo que eles se auto-definem, sem qualquer prurido, como uma banda pop que toca jazz. O que na minha opinião pouco formada, mas muito emocionada, sobre jazz, só vem comprovar que este género musical é mesmo o mais universal e desafiante do mundo.

18/07/2007

USSA - new superband coming out


Os USSA (quem se lembra da brutal canção dos Butthole Surfers com este nome?) são uma superbanda com um primeiro álbum previsto para o final do ano. Surgiu das mentes desviantes do guitarrista Duane Denison (ex-Jesus Lizard e actualmente nos Tomahawk) e do baixista/produtor Paul Barker (ex-Ministry/Revolting Cocks), a quem se juntou o baterista e inventor maluco Johnny Rabb e um vocalista estreante, de seu nome Gary Call, com metade da idade dos outros três, mas com o mesmo espírito louco do mítico vocalista dos Jesus Lizard, David Yow. É ver o vídeo e comprovar que temos banda. Só o baixo e a bateria valem tudo.

Jazz #1 - Medeski, Martin, Scofield and Wood



O jazz é um dos géneros musicais que mais me entusiasma e, curiosamente, o único que tive de aprender a apreciar. É um género que dá trabalho porque não é feito para ouvidos sensíveis, mas sim para ouvidos que estão abertos a desafios constantes. Desde que os meus tímpanos descobriram a frequência certa, volto ao jazz frequentemente, muitas vezes em disco, mas sobretudo em concertos, onde o jazz assume toda a sua grandeza e eloquência.

Serve esta curta introdução para falar do novo disco de Medeski, Scofield, Martin, and Wood, de seu nome “Out Louder”. Medeski, Martin & Wood já são sobejamente conhecidos desde há 15 anos a esta parte pelo jazz funk que têm vindo a praticar, assente no formato de sucesso baixo, bateria e órgão (o mítico hammond que dá ao som dos MMW um anacronismo futurista maravilhoso).

Recentemente juntaram-se ao guitarrista John Scofield (que soa a qualquer coisa entre um Marc Ribot mais harmónico e um Wes Montgomery intemporal) para criar um disco claramente de fusão, que inclui 12 jams espaciais que alternam o sabor a blues, a soul, a brasileirada, a New Orleans e até a reggae, na versão de "Legalize It" de Peter Tosh que fecha o disco. Uma viagem pelo mundo, com o jazz como timoneiro e com “Miles Behind”, sempre a abrir, como ponto mais alto.

Medeski, Scofield, Martin, and Wood estiveram a semana passada na Casa da Música, no Porto. Mais um que fica para a lista de concertos perdidos. Mas tenho outras jazzadas na calha que reportarei brevemente.

13/07/2007

Estou na lama...


Para grande infelicidade minha, talvez até porque hoje seja sexta-feira 13, ontem não fui ver os Mudhoney. Era um daqueles concertos que estava na minha waiting list há muitos anos. O entusiasmo já não é o mesmo que senti no inicio dos anos 90, mas o rock dos Mudhoney há de ser sempre o rock dos Mudhoney e não me venham cá com Nirvanas e muito menos com Pearl Jams. Não fui porque estou coxo e não me aguento muito tempo em pé. E não poder saltar ao som dos Mudhoney é o mesmo que nada. Mas também não fui porque a mudança do local do concerto colocou um rio entre mim e a banda (ou seja, por preguiça de uma deslocação maior). E não fui ainda porque sou mas é um cota trintão que está aqui a tentar justificar-se inutilmente. Resta-me prestar a minha homenagem aos Mudhoney, através de uma versão do seu hino de sempre, Touch Me I'm Sick, pelos Sonic Youth, tema que vem escondido na recente edição deluxe do melhor disco de rock de todos os tempos, "Daydream Nation".

To All Designers

Esta é dedicada a todos os/as designers com quem já trabalhei e com que vou ainda trabalhar: Queens Of The Stone Age "I'm Designer". Rock'on!!!...

10/07/2007

My Summer Sounds


Animal Collective “Strawberry Jam”
Antibalas “Security”
Beastie Boys “The Mix-Up”
Bill Callahan “Woke on a Whaleheart”
Dinosaur Jr “Beyond”
Electrelane “No Shouts No Calls”
Fridge “The Sun”
Marc Ribot “Asmodeus”
Pelican “City of Echoes”
Pinback “Autumn Of The Seraphs”
Queens Of The Stone Age “Era Vulgaris”
Shellac “Excellent Italian Greyhound”
Stars of the Lid “And Their Refinement Of The Decline”
Sonic Youth “Daydream Nation: Deluxe Edition”
Sunn O))) "Oracle"
The Chrome Cranks "Diabolical Boogie"
The Threshold Houseboys Choir “Form Grows Rampant”
The USA Is A Monster “Sunset At The End Of The Industrial Age”
White Stripes “Icky Thump”
Wilco “Sky Blue Sky”

Cuidado com os escaldões!...

The National?


De vez em quando lá venho eu deixar aqui o meu desagravo face a uma ou outra glorificação musical que não me faz sentido. Desta vez as vítimas são os The National e o seu mais recente disco "Boxer". Confesso que o disco me soa sempre ao mesmo, a voz grave do vocalista não sai do mesmo registo, e ao fim da segunda música já estou noutro sítio. Provavelmente é a minha embirração face a sonoridades demasiado lineares e pouco provocadoras, e àquela popezinha bem comportada armada em elegante. Mais assertivamente é a minha embirração crónica com os recentes revivalismos oitentistas para os quais estes The National me remetem. Não há paciência...

06/07/2007

Quatro razões para explicar a minha paixão por David Sylvian

David Sylvian - Red Guitar



David Sylvian - When Poets Dreamed Of Angels



David Sylvian - Orpheus



Nine Horses - Atom And Cell

Corações ao Alto!


Aí está mais um grande evento musical, provavelmente o evento musical do ano: David Sylvian, o mentor dos míticos Japan, uma das vozes mais glamourosas e inspiradoras de todos os tempos (pelo menos para mim, claro está) e autor de álbuns tão seminais como "Brilliant Trees", "Gone To Earth", "Secrets of the Beehive", "Dead Bees On A Cake", "Blemish", "Snow Borne Sorrow" (este último com os Nine Horses) vai finalmente estrear-se em Portugal, mais precisamente no dia 21 de Outubro (desculpa mana, mas este ano vou faltar ao teu aniversário...), no CCB, com uma segunda data no dia 23, no Teatro Circo, em Braga.

Nas palavras do próprio Sylvian, esta tourné (que o músico já não fazia há 4 anos) promete ser uma revisitação de um passado e de um presente brilhante: "This tour is in part a means of putting earlier chapters of my working life behind me. Of embracing the work that was done and, with a sense of finality, cutting the ties that bind me to it as a body, an entity. In the future if I return to this material it will likely be in the context of a new body of work with which it shares a connection. In this sense there'll be a greater clarity regarding the content of future performances (should there be any). But we are by no means focusing exclusively on the past as we shall be exploring more recently recorded compositions, in particular those from the 'Nine Horses' releases. 'The World Is Everything' will be an intimate show, in some ways an echo of the 'Slow Fire' performances of a decade ago only on this occasion I shall be supported by a trio of musicians, a line up which will include Steve Jansen on drums and samplers, and bassist Keith Lowe."

E ainda faltam 3 meses..

05/07/2007

Marc Ribot - este homem é um génio.

Ninguém toca guitarra como Marc Ribot. Pelo menos nenhuma guitarra me toca tanto como a de Marc Ribot. Basta um acorde e como que por magia eu digo, sem qualquer dúvida: é o Marc Ribot. Uma guitarra que pode ser nervosa, electrizante e melodiosa ao mesmo tempo, ou de cada vez. Uma guitarra que pode ser jazz, rock, cubana, trash e todos os desafios que lhe colocarem. Aliás é sempre um desafio ouvir Marc Ribot, porque esta não é uma música fácil. Mas é uma música que curiosamente tem sempre a mesma magia. Um feito só ao alcance dos mestres.

Apaixonei-me logo a primeira vez que o ouvi na guitarra que dá à música de Tom Waits aquela atmosfera obscura desde os idos de “Swordfishtrombones”. Apanhei-o no jazz inusitado dos Lounge Lizards de John Lurie. Apaixonei-me novamente com a veraneante reinterpretação da música cubana com os Cubanos Postizos. Tenho acompanhado intensamente as suas mil e uma interpretações do universo judaico demencial de John Zorn, dos Masada ao Bar Kokhba Sextet e aos Electric Masada. A arte expressa nas cordas de uma guitarra e uma guitarra que torna toda a música que toca grande, enorme.

As últimas manifestações que descobri da genialidade e virtuosismo de Marc Ribot são “Spiritual Unity”, uma homenagem espiritual a Albert Ayler, e “Asmodeus: Book of Angels, Vol. 7”, uma nova e brutal reinterpretação, em formato power trio, da série Masada de John Zorn. Mas estou em crer que Marc Ribot ainda me reserva muitas descobertas para o futuro. Parece que andam por aí uns tais de Ceramic Dog. Vou à pesca e logo darei notícia aqui.




RAÍZES DA MÚSICA PORTUGUESA EM FESTA


A pedido do camarada Abílio Vieira, e com todo o prazer, aqui vai "A Menina Dança":

Uma compilação com artistas nacionais, que visa divulgar e celebrar as nossas raízes de olhos postos no futuro, serve de mote a uma festa a ter lugar no próximo dia 12 de Julho na sala MusicBox (ao Cais do Sodré, em Lisboa).

O evento irá contar com actuações dos O´queStrada e Chuchurumel, ambos presentes em «…A Menina Dança? – New Roots from Portugal» ( http://www.myspace.com/projectoameninadanca ), projecto de edição limitada e não comercial, de autoria da turma de Produção e Marketing Musical da Restart - Escola de Criatividade e Novas Tecnologias.

A noite será ainda animada dupla de DJ's Raízes e Antenas, sendo que a abertura das portas está prevista para as 22:00. A entrada é de seis euros com oferta de uma bebida até metade desse valor.

Texto introdutório da compilação
'...a menina dança? é um projecto editorial que consiste numa compilação de grupos portugueses que partem das suas raízes para construír a sonoridade que os caracteriza, dando assim origem a uma linguagem musical baseada nas tradições mas...com os olhos postos no futuro.
Na enorme textura da música tradicional Portuguesa, sao cada vez mais os projectos que, "...indo convictamente às suas raizes oferecem-nos uma musica própria e fortemente ancorada nas tradições".
Assim, com um pé na tradição e um contacto muito próximo com as novas tendências musicais, estes grupos apresentam uma identidade muito própria onde os sons característicos do imaginário da música tradicional se tornam mais urbanos e globais.
Esta "nova música", pode assim tornar-se, quase que um 'selo' ou marca de um Portugal contemporâneo.
Na verdade, Portugal enquanto país, tem vindo a afirmar-se como marca. A música, não é com certeza, uma excepção. Com estes projectos, assiste-se quase que a uma renovação da marca Portugal, traduzida por esta nova geração de músicos e artistas.
Mais do que uma mera compilação este projecto propõe-se a ser uma pequena montra desta "nova música portuguesa", onde as raizes são revisitadas numa perspectiva de modernidade e contemporaneidade.

02/07/2007

CYRO BAPTISTA and BEAT THE DONKEY (ou Pau na Mula, como se diz no Brasil)

Este vai direitinho para a Matilde, a Susana e o Carlos que estão de férias em terras brasileiras. Uma prenda do tio, mano e cunhado com Cyro Baptista o brasileiro mais batuqueiro que conheço. É dançar meus irmãos.

 
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