31/05/2007

PELICAN

É hoje! E é isto que nos espera! Todos ao Santiago Alquimista.

30/05/2007

There is no escape from noise

Os Lightning Bolt são a verdadeira encarnação desta frase. A prova está no DVD "The Power Of Salad" que acaba de ser editado e que conta as histórias deste duo que não dá um segundo de descanso à alma e aos ouvidos. Quem conseguir sobreviver a estes mais de 70 minutos de puro noise ganha um chocolate (marca à escolha).


29/05/2007

Chrome Cranks - trash from the crypt


Jerry Teel foi o líder e a alma dos rockers voodoobilly Honeymoon Killers. O último álbum da banda apresentava Russell Simins na bateria e Jon Spencer na guitarra, e a ligação estendeu-se à participação de Teel nos dois primeiros álbuns de Boss Hog. Em 1992 o Teel reuniu os Chrome Cranks, uma banda que tinha estado em agonia desde que foi formada em 1988 por Peter Aaron e William Weber. Com Teel, também entrou um novo baterista: Dan Willis. Os Chrome Cranks começaram onde os Honeymoon Killers tinham acabado: uma versão primitiva e desconstruída da tradição do rock de garagem, revisitando o mundo dos Stooges e dos Scientists.

O primeiro disco (homónimo), de 1994, é o registo seminal da banda, com um cocktail explosiva de influências, de Gun Club a Captain Beefheart, passando por Cramps e Pussy Galore. Com muito sadismo, trash’a’billy e vudu à mistura. “Dead Cool”, de 1995, apresenta uma banda mais madura e menos fogosa, apesar de bem melhor que “Love In Exile” de 1996, o ultimo disco de estúdio de uma banda já em claro abrandamento, quando a explosão caótica foi aquilo que os tornou únicos. Antes do fim, ainda houve tempo para uma colectânea de raridades com o brilhante título “Oliy Cranks” (1997) e um brilhante album ao vivo “Live in Exile” (1997).

Foi por esta altura, precisamente em 1997, que tive a oportunidade de ver os Chrome Cranks ao vivo em Chicago, numa discoteca local, num warm-up para o concerto que iam dar nessa mesma noite. Um mini-concerto que foi muito mais do que um aquecimento, já que Jerry Teel e companhia fizeram questão de subir para as prateleiras dos discos e causar alguns prejuízos aos donos da loja. A chama ainda estava lá, pelo menos ao vivo.

Chama essa que se reaviva 10 anos depois com a edição pela Atavistic de “Diabolical Boogie: Singles, Demos & Rarities”. Um duplo CD que presta uma justa homenagem a uma banda que ficou sempre na sombra de congéneres garageiros como Sonic Youth, Pussy Galore, Royal Trux ou Jon Spencer Blues Explosion. São 34 temas e mais de duas horas do melhor noise que os anos 90, de que Love and Sound é apenas uma amostra. Tal como o é o vídeo que se pode ver acima do explosivo “Nightmare in Pink” do álbum “Dead Cool”.

25/05/2007

Be afraid. Be very afraid...


O drone-doom-sick-ambient-metal dos Sunn O))), nome que curiosamente se pronuncia apenas sun, está de volta. O disco chama-se “Oracle” e é composto por apenas 3 temas que no seu conjunto ultrapassam os 80 minutos (o terceiro tem mesmo 46 minutos). É poderoso, denso, intenso, perturbante, com uma cadência que se prolonga quase eternamente, mas também é ao mesmo tempo harmonioso, relaxante, uma viagem ao inferno, ou será que é ao céu, que acaba por passar num instante que se não estivermos atento se perde? Será que é a música deles que é única, ou será que sou eu que sou louco? Provavelmente ambas as respostas são positivas. No caso dos Sunn O))) porque Stephen O’Malley (ex-Khanate e Burning Witch) e Greg Anderson (ex-Goatsnake) estão cada vez mais aterrorizantes neste seu projecto que nasceu como um tributo aos pioneiros do drone metal, os Earth. No meu caso porque sempre achei que isto do terror tem algo de terapêutico. Até porque é a forma mais positiva que encontrei para exorcizar os meus males.

Quem não conseguir resistir a passar este fim de semana debaixo do Sunn, pode dar ouvidos a tudo o que o Oracle tem para dizer aqui. Mas tenham cuidado que este Sunn vai brilhar por pouco tempo.

You know, for kids...

Este é especialmente dedicado à minha linda filhota que é fã dos White Stripes. E não sei porquê também eu me sinto criança quando oiço e vejo Meg e Jack White.

24/05/2007

O fado dos Deolinda

Depois de algumas tentativas falhadas, lá fui ver e ouvir pela primeira vez a um espectáculo dos Deolinda, este no Maxime, na passada 6ª feira, 18 de Maio.

Começo desde já por dizer que nunca fui grande fã de fado. E não tenho paciência nenhuma para Marisas, Anas Mouras, Cátias Guerreiros, etc., e muito menos para Rodrigos e rodriguinhos afins... Mas Deolinda não é bem fado. Bem, para mim isto é que é o fado de que eu gosto. O fado que fala comigo. Que fala da Lisboa viva que eu conheço e vivo e não da Lisboa passada e muitas vezes salazarenta. O fado que mesmo quando fala de coisas tristes só dá vontade de rir. O fado que vai buscar o mais gingão do lisboeta e que se solta à desgarrada (é isto que faz do fado uma canção “étnica” lisboeta e não portuguesa). Mas também o fado que vai encontrar inspiração e até estrutura no melhor da canção popular portuguesa, vulgo José Mário Branco, Zeca Afonso e Sérgio Godinho.

Os Deolinda são o fado que canta e encanta. Divertido e sobejamente hilariante. Teatralizado e no entanto tão natural e espontâneo. Com letras que não só ficam no ouvido como se adivinham ao longo de cada canção. Por tudo isto e mais alguma coisa (ainda simpatizo mais com eles quando ouço dizer que os puristas do fado não gostam nada disto; aliás ser purista é um puro desperdício de tempo e energia), aconselho todos, pelo menos uma vez, a assistir a um concerto dos Deolinda. É uma experiência diferente, nova, divertida. Até para quem não gosta por aí além de fado.

Uma dica: convém ter sempre um copo à mão, porque os Deolinda são um convite à boa disposição (até rima e tudo...).

22/05/2007

Estes australianos sao loucos!

Querem colectivos festivos? Os australianos Architecture in Helsinki são a resposta. E não me venham cá com Arcade Fire...

18/05/2007

FRIDGE - O frigorífico voltou a abrir



Descobri os britanicos Fridge ainda eram eles uns ilustres desconhecidos a dar os primeiros passos no território indefinido do pós-rock, com guitarra, baixo e bateria, sempre com a electrónica a (des)marcar compasso e o jazz como inspiração. Foi em 1998, com o segundo e provavelmente mais eclético álbum “Semaphore”. Entrevistei-os na altura para o extinto fanzine Monitor, da Ananana e desde então nunca mais deixei de acompanhar a evolução da banda de Kieran Hebden, Adem Ilhan e Sam Jeffers. Evolução que acabou por dar outros frutos que acabaram por ter muito mais visibilidade do que os próprios Fridge. Estou a falar do projecto Fourtet de Kieran Hebden, cada vez mais famoso e bem vincado na vertente electrónica, se bem que para mim o grande disco dele continue a ser o primeiro e hoje difícil de encontrar EP, de seu nome “THIRTYSIX TWENTYFIVE”. Mas também estou a falar de Adem, o projecto pessoal de Adem Ilhan, que aborda o pop-folk com simplicidade e muita elegência. Sam Jeffers foi o único que ficou musicalmente fiel aos Fridge em exclusivo, sendo a sua actividade paralela o webdesign, que aliás pode ser apreciado nos websites dos Fourtet e Adem.

Curiosamente, como já referi, os Fridge acabaram por ficar mais na obscuridade do que Fourtet ou Adem, o que fez com que desde 2001 o projecto tenha ficado em pousio, sendo agora ressuscitado com um grande disco que recorda os tempos mais inspirados e abrangentes dos Fridge. Um disco complexo, ambicioso e até disruptivo, que contrasta com a linearidade do seu título, “The Sun”, mas que nem por isso é menos agradável e refrescante. Um disco que demonstra que apesar de tudo, estes três músicos continuam a ter um enorme prazer em tocar juntos e que continuam a saber explorar, agora com ainda mais capacidade, todas as influências que os continuam a marcar, como por exemplo no portentoso Eyelids, ou no etéreo Insects.

“The Sun” é assim quase como que um regresso à garagem que os viu nascer. E para mim é como que um regresso a um género sempre indefinido, o dito pós-rock, que me entusiasmou muito (e de certo modo continua a entusiasmar) na segunda metade da década de 90 do século passado e que me fez descobrir Tortoise entre tantas outras bandas.

16/05/2007

Minimal Compact - Dedicated

Por falar em Minimal Compact, dedico este Dedicated à minha mana Susana, que partilhou comigo nos idos de 80 a paixão por esta banda e por tantas outras que marcaram as nossas loucuras e as nossas cumplicidades. Volta depressa para nós que estamos com saudades...

MINIMAL COMPACT - un petit peu d'histoire

Uma homenagem a uma das bandas dos anos 80 que mais me marcou, os Minimal Compact, os israelitas mais cosmopolitas do mundo.

15/05/2007

PELICAN - a fucking triumphant concert


Já tenho os bilhetes para o concerto dos Pelican (são daqueles fixes à antiga que vale a pena guardar), NÃO graças à menina "simpática" da Carbono...

Experimentem encomendar via: pelican4reservas@portugalmail.pt. É rápido, prestável e sem custos adicionais.

Carlos, Rui e companhia, a moxe vai começar... Estou mesmo a precisar de outro concerto com a intensidade dos Comets On Fire.

10/05/2007

Tara Jane O'Neil - Partridge Song

Uma amostra da beleza...

09/05/2007

Tara & Jana na ZDB




A noite prometia um concerto caloroso. Porque chegaram finalmente as noites de Verão que tornam Lisboa uma cidade bem mais apetecível. E porque a música de Tara Jane O’Neil e Jana Hunter só por si já sugeriam sentimentos quentes.

O concerto em duas partes começou com Tara Jane O’Neil, que mais do que cumprir demonstrou que, apesar do seu ar jovem e até imberbe, já tem muitos anos de estrada a solo e com banda. Acompanhada de uma guitarra eléctrica (confesso que tenho um fetiche por mulheres com guitarra eléctrica) e com uma série de pedais que contribuíram para adensar a sua música, Tara tocou sobretudo temas dos dois últimos álbuns (“In Circles” e “You Sound, Reflect”), com a sua voz de embalar a embalar a audiência. No último tema da sua performance, até distribuiu percussões pela primeira fila da assistência, mas se a ideia foi boa, o casting resultou mal, com os contemplados a demonstrarem muito pouca virtuosismo para acompanhar a cantora. E diga-se de passagem que não era difícil...

Depois chegou Jana Hunter, com quem eu não estou tão familiarizado como com a música da Tara Jane O’Neil. Só há pouco descobri o seu disco a meias com Devendra Banhart e o seu mais recente registo, o muito aconselhável “There’s No Home”. Mas ao vivo a coisa não correu lá muito bem. Jana esteve claramente pouco à vontade, sempre a limpar as mãos suadas nas calças, somente acompanhada de uma guitarra acústica a necessitar rapidamente de reforma, que inclusive começou a descascar ao longo da sua curta apresentação. O que vale é que ela própria, numa atitude profissional, percebeu que a coisa não estava a correr bem e não deu seca a ninguém. Tocou a sua meia dúzia de canções (nas quais existe de facto uma magia especial) e lá foi fumar o seu cigarro e beber a sua cervejola para o bar da ZDB.

Para ter o ritmo certo, o concerto deveria ter começado com Jana e acabado com Tara. Não se pode ter tudo, mas teve-se sem dúvida um agradável serão de início de Verão.



08/05/2007

Hoje é noite de gajas da ZDB



Hoje, a partir das 22h, na Zé dos Bois, duas mulheres vão sussurrar aos meus ouvidos: Jana Hunter e Tara Jane O'Neil. A não perder, como não se devem perder os mais recentes discos destas duas excelentes cantautoras: "There's No Home" de JH e "In Circles" de TJO.

04/05/2007

PELICAN


A data está confirmada e o cartaz está fechado, com os Pelican acompanhados por duas poderosas bandas portuguesas: Riding Panico e Linda Martini. Só não estão confirmados os bilhetes, que supostamente já deviam estar à venda na Carbono. Telefonei para lá e, com a habitual "simpatia" (com muitas aspas mesmo) que lhes é reconhecida, disseram que não tinham, nem sabiam quando iam ter e, provavelmente, nem sequer querem saber. Mas hei-de comprar os bilhetes, nem que a Carbono tussa!

03/05/2007

Descobri a verdadeira América: The USA Is a Monster



Os USA Is a Monster têm algo de especial. Têm algo do folk caótico dos Akron Family. Têm algo do hardcore intelectual dos Minutemen. Têm algo do raw-punk dos Black Flag. Têm algo do sonic-power dos Lightning Bolt. Têm algo da agressividade e experimentalismo dos Boris. Têm tanto de cosmopolitismo urbano como de tribalismo americano, mas têm sobretudo inventividade, originalidade, muita energia que explode em todas as direcções e um dos melhores nomes de bandas que conheci nos últimos anos. Tal como têm excelentes títulos de música, como por exemplo “It's a Beautiful Thing (I Like My Oranges Peeled for Me)” do disco “Sunset at the End of the Industrial Age” acabado de sair na Load Records. Depois da surpresa musical da primeira audição, a segunda surpresa está em que os The USA Is a Monster são apenas dois músicos de Brooklyn e que na base de tudo estão a guitarra e a bateria, a partir dos quais Colin Langenus e Thom Hohman constroem uma Torre de Babel onde todos os sons e instrumentos são bem vindos, sejam eles cacofónicos ou harmónicos. E se até hoje se pensava que hippies e punks eram inconciliáveis, até nisso os The USA Is a Monster são inovadores. Para abrir o apetite, coloco aqui à disposição o tema de abertura de “Sunset at the End of the Industrial Age”, de seu nome Greatest Mystery.

Depois da insustentável leveza de Joanna e Alasdair, não sei porquê apeteceu-me Mogwai...


Do ceu cairam duas estrelas...

A expectativa era alta, não só relativamente à Joanna Newsom como ao Alasdair Roberts. A situação era a ideal, coma Aula Magna a oferecer o enquadramento ideal para uma suave viagem pela arte de cantar e encantar.

Tudo começou com um gigante escocês de quase dois metros, acompanhado por uma guitarra mágica e uma voz com um sotaque tão cerrado que até arrepia. Cantou meia dúzia de canções e desapareceu como apareceu, na penumbra dos bosques britânicos, na companhia de elfos e duendes, deixando atrás de si um rasto de folk escocesa (só me apetecia uma pint...), com ponto alto na versão da canção tradicional "Barbara Allen". Recentemente editou "Ambers Gatherers", mas o anterior "No earthly Man" continua a ser a minha referência. Um disco e um músico que urge descobrir.

Depois chegou a harpista. É pena que por sermos um país de terceiro mundo, não tenhamos tido direito à orquestra que tem acompanhado Joanna Newsom em alguns concerros europeus. Basta pensar no disco "Ys" e nos arranjos do mestre Van Dyke Parks para ficar com água na boca. Mas de qualquer maneira, Newsom veio a Lisboa muito bem acompanhada, com um percussionista, uma violinista e um bandolinista (???). O concerto foi muito variado, percorrendo temas dos dois discos da autora, mas também do mais recente EP, "Joanna Newsom and the Ys Street Band". A banda dá de facto outro alcance à harpa mágica e à voz enigmática e errática de Joanna Newsom, mas o contraponto entre temas mais ritmados e os solos para voz e harpa mantiveram a continuidade do espectáculo e asseguraram os altos e baixos necessários para prender a atenção do público. Público esse que se rendeu desde o início, numa Aula Magna composta, mas longe de cheia. Se Pensarmos que a rapariga tem apenas 25 aninhos, onde é que isto poderá parar? Só espero que Joanna Newsom não se torne num fenómeno efémero, porque tem tudo para não se tornar. A humildade que revelou ontem é um bom augúrio para a monumentalidade que consegue atingir, não só emn palco como também em disco.

Tive a oportunidade de registar algumas canções, tanto de Alsdair Roberts como de Joanna Newsom, em video. Brevemente terei o prazer de as divulgar aqui.

02/05/2007

Joanna Newsom e Alasdair Roberts na Aula Magna



Depois de um fim de semana alargado frente ao Oceano Atlântico, o meu coração vai continuar cheio de paz de espírito. E se todos falam da Joanna Newsom, compreensivelmente, não esquecer o bardo escocês Alasdair Roberts...

 
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